Governo exigirá que canal móvel tenha mesmo conteúdo do fixo

Um novo problema promete esquentar os debates do Fórum de TV Digital. Trata-se da transmissão para dispositivos móveis e portáteis (transmissão pelo stream de vídeo 1 SEG). Segundo André Barbosa, assessor especial da Casa Civil, a posição do governo, que deve ser manifestada aos radiodifusores, é que a transmissão pelo 1 SEG é obrigatória assim que começarem as transmissões digitais. Assim, as emissoras que iniciarem seu processo de digitalização terão que colocar no ar um sinal digital (que pode ser em definição standard ou em alta definição), um analógico (que já é transmitido hoje) e um sinal para dispositivos portáteis e móveis (1 SEG). E mais: o governo lembrará aos radiodifusores que os conteúdos nos três sinais têm que ser coincidentes e simultâneos. "Esse foi o pedido original dos radiodifusores. Eles sempre disseram que a vantagem da transmissão móvel seria levar o sinal da TV aberta a outros dispositivos. Então, pelo menos uma transmissão 1 SEG terá que ser idêntica em conteúdo ao sinal analógico", diz Barbosa. Ele lembra que as emissoras podem optar por fazer multiprogramação tanto no sinal SD ou HD quanto no sinal 1 SEG. "Nesse caso, nem todos os canais serão iguais, mas é preciso manter pelo menos um canal em comum entre o sinal digital, o analógico e o 1 SEG".
O assunto é delicado pelo seguinte motivo: o consórcio formado pela Encore, Telavo e Teikon está prometendo entregar um set-top para recepção digital a R$ 200. Só que esse set-top recebe justamente o sinal 1 SEG, que tem resolução mais baixa que a apresentada pela TV analógica atualmente, mas que apresenta melhor qualidade de recepção de sinal. É uma solução vista com bons olhos pelo governo, porque acelera a adoção da TV digital, mas não é algo que as emissoras de TV e os fabricantes de televisor estejam comemorando, porque tornará mais lenta a curva de adoção de aparelhos para alta definição. Se os radiodifusores optarem por fazer a transmissão móvel com conteúdos diferentes daqueles que estarão no sinal digital e no sinal analógico, usuários desse tipo de set-top seriam prejudicados.
Acontece que as emissoras sabem que a pequena tela do celular ou do dispositivo portátil poderia ser melhor aproveitada com formatos específicos e conteúdos customizados para as limitações que o usuário de um celular ou receptor móvel terá. Programas mais curtos, outros formatos de publicidade, interação com serviços pagos das teles celulares, tudo isso poderia ser usado na transmissão 1 SEG. Agora, quem quiser fazer isso precisará partir para um modelo de multiprogramação, a prevalecer essa posição do governo.

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No Japão a regra é igual à que vem defendendo a Casa Civil para o Brasil. Um dos motivos seria garantir espaço para serviços diferenciados de vídeo prestados pelas operadoras de telefonia móvel.

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