"Nosso sentimento é de frustração". Foi assim que Marcos Takanohashi, diretor geral da área de Home & Network Mobility da Motorola recebeu a consulta pública número 32, que propõe a nova destinação para a faixa de 2,5 GHz. A frustração da Motorola basicamente se explica pelo tamanho da faixa que, no futuro, terá o SMP em comparação com o MMDS/SCM. "O modelo do SMP prevalecerá", diz ele. O SMP ficou com 70 MHz + 70 MHz, enquanto que o MMDS/SCM ficou com 50 MHz.
O executivo também fez outras críticas em relação à consulta pública. A proposta da Anatel, do ponto de vista técnico, vai dificultar a implantação tanto do WiMAX como do LTE. As duas tecnologias ficarão com pouco espectro. No caso do LTE as prestadoras serão obrigadas a usarem canais de 5 MHz, o que não é suficiente para explorar todos os recursos da tecnologia. Já o WiMAX, a consulta pública indica que caberiam duas operadoras na faixa (25 MHz para cada uma), uma vez que estabelece um limite de 25 MHz para cada operadora. "Do ponto de vista do fabricante só cabe um".
O LTE, segundo Takahonashi, está em uma posição até mais confortável, porque quando os operadores tiverem interesse comercial em utilizá-la ela poderá ter evoluído de tal forma que o espectro destinado seja suficiente.
As operadoras de TV paga Acom e Net Serviços, em POrto Alegre, questionaram ainda o fato de que hoje já operam com mais de 70 canais digitais de vídeo e que, com apenas 50 MHz, é impossível prestar o serviço de MMDS com esse modelo. "Como é que vamos garantir o direito do consumidor que paga esse serviço?", questionou a Net.
Ara Minassinan, superintendente de serviços de comunicação de massa da Anatel, até se mostrou sensibilizado com as apresentações, mas deu um recado: "Vocês tem que trazer dados concretos (à consulta pública) mostrando a situação atual. E não ficar tentando adivinhar o que vai acontecer no futuro", diz. Os executivos participaram nesta terça-feira, 11, da ABTA 2009.