O governo chileno assinou nesta quinta-feira, 11, um acordo de cooperação com o Google para a instalação do cabo submarino Humboldt, que conectará o país com a Austrália, permitindo interligação também com a Ásia. O cabo submarino deve ser o primeiro a conectar a América do Sul com a Oceania e a região da Ásia-Pacífico.
A proposta de implementar o cabo submarino ligando as três regiões surgiu ainda em 2016, e a previsão é de que ele esteja em operação em 2026. O governo chileno anunciou um investimento inicial de US$ 55 milhões na iniciativa.
O Cabo Humboldt conectará Valparaíso a Sydney, na Austrália, passando pela Polinésia Francesa e com uma extensão de quase 14,8 mil quilômetros. Segundo o presidente chileno Gabriel Boric, com este projeto, o Chile se torna a porta de entrada dos dados do Pacífico para o continente: assim os dados da Ásia e da Oceania transitarão mais rapidamente, com menor latência e maior autonomia, permitindo o desenvolvimento de ferramentas de alta tecnologia.
Boric disse ainda que o projeto de implementação do cabo submarino Humboldt é chave para o continente latino-americano, para o Chile e fortalece a região do ponto vista geopolítico e digital.
Na cerimônia desta quinta-feira, o vice-presidente global de Assuntos Governamentais e Políticas Públicas do Google, Karan Bhatia, observou que "o projeto Humboldt é o último testamento do compromisso do Google em promover a economia digital do Chile e manter seu status como líder em inovação tecnológica na América Latina". Ele acrescentou que o projeto "cimentará a posição do Chile como um hub digital para a América Latina e, ao estabelecer uma conexão física com a Ásia, será uma rota comercial do século XXI".
O papel do Brasil
Ainda durante a gestão do ministro Fabio Faria, o governo brasileiro chegou a anunciar adesão ao projeto do cabo de fibras ópticas "Humboldt". Na época, além do Brasil, Argentina, Austrália e Nova Zelândia manifestaram interesse de participação no projeto. O volume total de investimentos do projeto foi orçado em cerca de US$ 400 milhões na ocasião.