O Brasil anunciou, nesta quinta-feira, 13, sua adesão ao projeto do cabo de fibras ópticas "Humboldt", iniciativa chilena que prevê a instalação do primeiro cabo submarino para interligar a América do Sul à Oceania e à Ásia. Além do Brasil, Argentina, Austrália e Nova Zelândia já manifestaram sua participação no projeto. O volume total de investimentos do projeto foi orçado em cerca de US$ 400 milhões, e o prazo da concessão público-privada que deverá operá-lo foi estimado em 25 anos.
O cabo, que contará com sistema de oito fibras ópticas e terá capacidade inicial de transmissão de dados de até 400 Gbps, conectará Valparaíso (Chile) a Sydney (Austrália), passando por Auckland (Nova Zelândia), em um total de 14.810 quilômetros de extensão. A conexão da Austrália com a Ásia será feita por cinco cabos já implantados e em funcionamento.
Mais conectividade
A proposta do cabo ao ligar a América do Sul à Oceania e à Ásia, é contribuir para o aumento da redundância da conexão brasileira com a Internet mundial, com melhoria da disponibilidade e da confiabilidade do sistema. Ademais, a instalação do cabo permitirá o aumento do volume do tráfego de dados do País com essas regiões, que têm altíssima demanda por Internet.
Segundo os Ministérios das Comunicações e de Relações Exteriores em nota conjunta divulgada nesta quinta, o projeto também completará a conexão por fibra óptica do Brasil com seus vizinhos, consolidando a infraestrutura digital regional. Atualmente, Argentina, Brasil e Chile respondem por 80% do tráfego de Internet na América do Sul.
Em nota conjunta, os ministérios afirmam que a adesão brasileira ao projeto do cabo Humboldt se soma a outras importantes iniciativas, "como a conexão com a Europa, através do cabo submarino EllaLink, que intensificará a transmissão de dados com os principais continentes produtores de conteúdo e demanda e propiciará a redução de custos para as empresas e o aumento de eficiência nos processos produtivos".
O governo brasileiro diz ainda que nos próximos meses equipes técnicas dos países envolvidos aprofundarão as discussões sobre as modalidades financeiras e técnicas da participação do Brasil neste projeto de longo prazo.