A TV diante de uma das maiores transformações de sua história

Simoni Sobelman, da Sky

A versatilidade da televisão é algo inegável. Longe de esmorecer, reinventa-se e diversifica seu conteúdo. A audiência varia, ao longo do tempo, apenas a forma de acesso – seja via satélite, seja a cabo, seja pela Internet. Presente em todas as casas, a TV também cabe no bolso, no celular ou na mochila, tablet ou computador. Está ainda nos aviões, nos restaurantes, nos escritórios e nos lugares mais remotos, graças ao satélite. Está mais forte do que nunca.

Temos também uma tecnologia que tem dividido a atenção do público, o streaming, como uma nova forma de distribuição de conteúdo, com a possibilidade de o espectador ver o que quiser, quando e como quiser. E, além de atender a essa demanda, a televisão ordena e profissionaliza a produção audiovisual, em sinal tradicional ou em plataforma, com informação e entretenimento.

Desde a sua chegada ao Brasil, há 73 anos, a televisão é presença constante na vida dos brasileiros, difundindo informações, levando cultura e entretenimento, e, por que não dizer, conectando pessoas. Mesmo com a chegada e o avanço das plataformas digitais, ela continua sendo um dos meios de comunicação mais populares do País. E isso se reflete na publicidade – de acordo com o Conselho Executivo das Normas-Padrão (Cenp), dos cerca de R$ 21 bilhões investidos em publicidade no Brasil em 2022, mais de R$ 10 bilhões (ou 48%) foram destinados às TVs abertas e 6% à TV paga, com grandes marcas investindo na grande audiência desse veículo.

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Ao longo de todas essas décadas, a televisão vem se mostrando em constante evolução, tanto na forma de distribuir como na de transmitir – UHF, VHF, preto e branco, NTSC, PAL, color, HD, CATV, satélite, on demand, video streaming, UHD, 4K, 8K, entre outras. Aproveitam-se todas as oportunidades que a tecnologia oferece à indústria.

Podemos ainda destacar que emissoras de rádio, tanto em AM quanto FM, adotaram a transmissão audiovisual de seus programas nos últimos anos. Milhares de pessoas hoje ouvem rádio em redes ou plataformas de streaming, enquanto assistem às interações dos entrevistados com apresentadores e jornalistas.

Estaríamos decretando o fim da televisão, se não fosse possível assistir a ela pela Internet ou se não existissem programas de TV on-line. É um absurdo pensar que o consumidor não se aproveitaria das novas opções – o nível de audiência terrestre linear pode ter diminuído, mas o consumo de conteúdo televisivo não. A maioria dos programas vistos em plataformas digitais (OTTs) são da televisão.

Plataformas de streaming estão repletas de programas e séries, que foram produzidos por meio de um processo de criação, produção e realização destinado à transmissão pela televisão. A gravação de um programa, por exemplo, envolve roteiro, produção de cenário, caracterização, filmagem, edição etc. para chegar ao consumidor da melhor forma possível.

Fundamentalmente, na América Latina, os canais abertos não só são uma das principais fontes de conteúdo para toda a indústria (incluindo a de OTT) como também, apesar de toda a diversificação de mídias e de novas opções de entretenimento, continuam acumulando mais de 50% da audiência em suas transmissões – terrestre, via satélite e pelas redes.

Enquanto houver público e esse meio continuar a ser dinâmico, diversificado e tecnológico, estaremos acumulando histórias na televisão, da televisão e das gerações que a acompanham e das que ainda estão por vir. O que vivemos hoje é mais uma revolução no modo de ver televisão – pelo formato e pela revolução digital. Ainda não há clareza para onde esse movimento vai nos levar. O que sabemos é que tanto a TV linear como o streaming continuarão a ter seus públicos e, com isso, caminharão lado a lado nessa jornada.

* Simoni Sobelman é diretora de conteúdo da Sky. As opiniões expressas nesse artigo não necessariamente refletem o ponto de vista de TELETIME.

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