Definição dos conflitos faz com que BrT seja aposta em 2005

Diversos analistas ouvidos por TELETIME News sobre as perspectivas para 2005 consideram que a Brasil Telecom é uma boa opção no setor de telecomunicações este ano, com potencial de valorização que chega, em vários casos, a 90%. Fazem a ressalva, porém, dos riscos decorrentes do conflito societário (Opportunity vs. Telecom Italia e fundos de pensão). Neste caso, o problema tem, na pior das hipóteses, dada marcada para chegar ao clímax ou à solução: julho próximo, quando o Citibank define qual será o futuro do grupo de Daniel Dantas como gestor de seus recursos. Como se sabe, o Citi é indiretamente um importante acionista da Brasil Telecom, com o mesmo peso dos fundos e com poder maior do que o dos italianos. A diferença é que o Citi sempre se manteve totalmente alinhado ao Opportunity, que tem a gestão da companhia, ao contrário dos demais sócios.

Antecipação

A questão é se o investidor deve ou não se antecipar ao desfecho da relação Citi/Opportunity e , provavelmente, dos demais conflitos, aproveitando que os papéis da companhia, tanto da holding quanto da operadora estão, reconhecidamente, muito descontados.

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Em relatório divulgado nesta terça-feira, o BBVA Securities sugere que vale a pena enfrentar o risco, tendo inclusive aumentado em 4,7% o preço-alvo das ADR, de US$ 43 para US$ 45. Dirigindo-se a investidores externos, diz que a solução do conflito pode fazer com que a BrT seja a ação de telecomunicações da America Latina a ser considerada em 2005. A conclusão básica é que mesmo na hipótese (que considera algo improvável) de a Telecom Italia ficar com o controle da Brasil Telecom, forçando-a ao abando de um investimento em telefonia móvel que já absorveu US$ 284 milhões, a empresa está subavaliada. A BrT está sendo negociada atualmente com um desconto de 19% face à concorrência nas estimativas referentes ao valor da empresa/EBITDA (no caso da BrT, é um múltiplo de 3,4, contra 4,2 na Telemar). O analistas Jeffrey Noble acredita que isso é suficiente para oferecer ao investidor um bom retorno para compensar os riscos societários.
Mas a valorização também se deve, reforça o analista, à redução projetada do risco Brasil e valorização do real.
Do ponto de vista puramente operacional, Noble não está tão entusiasmado. Especialmente em decorrência dos efeitos dos investimentos em telefonia móvel sobre os resultados da empresa. Acredita que a margem EBITDA, que chegou a 43% no primeiro trimestre de 2004, caia para menos de 39,5% nestes primeiros três meses de 2005. Os investimentos ainda continuarão crescendo.

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