O mercado de wholesale (venda de tráfego no atacado) deve passar por grandes mudanças nos próximos anos. Um dos motivos é a comunicação via IP, cuja venda de banda não é regulamentada pela Anatel. De acordo com o diretor de negócios internacionais da Brasil Telecom, Milton Shikman, as questões regulatórias estão ?desbalanceadas?. A voz sobre IP – responsável pela queda do tráfego, especialmente oriundo das chamadas de longa distância – também tem gerado incertezas quanto ao modelo tradicional de remuneração das operações de tráfego no atacado. ?Será que o modelo de remuneração tradicional vai compensar o investimento??, questiona o diretor de vendas para atacado da Telemar, Abel Camargo, argumentando que a dúvida é geral.
Já o vice-presidente de vendas e serviços de voz internacional da Telefónica Internacional, Gérman Alonso, não acredita que a ausência de marcos regulatórios impeça os investimentos: ?Nos últimos anos, tivemos a abertura do mercado latino-americano, que se seguiu de uma melhoria da situação econômica. O marco regulatório de alguma forma se estabilizou, não será isso que impedirá os investimentos.?
Segundo o executivo, a Telefónica está investindo na América Latina e tem ?um pequeno investimento? na China. ?Estamos apostando alto na região; viemos para ficar. Para nós, é um grande desafio porque isto implica em uma globalidade que não tínhamos antes,? explicou, assinalando que a empresa tem interesse em outros mercados, como a Colômbia. ?Prefiro fazer negócios num mercado com poucos players?, brincou. Alonso destacou que o objetivo da operadora é ampliar as linhas ADSL na região e replicar o serviço de IPTV, o Imagenio, na América Latina. Para isto, a empresa pretende primeiro aumentar sua capacidade de banda.
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