Na avaliação do Consórcio 5G Brasil, iniciativa que reúne mais de 400 empresas provedoras de internet nacionais, é preciso alterar urgentemente o edital do leilão do 5G para a preservação do mercado para atuação de players nacionais.
Segundo o consórcio, não se trata somente uma questão de competitividade, mas também uma questão de soberania tecnológica e segurança nacional. São alterações urgentes, mas pontuais, que viabilizarão a participação dos provedores regionais no processo, explica o grupo em nota divulgada nesta quarta-feira, 1º.
A iniciativa aponta que a pressa do ministro das Comunicações, Fabio Faria, de levar a cabo a realização do leilão ainda em setembro, sem alterar de maneira substancial o edital a partir das recomendações e determinações do Tribunal de Contas da União (TCU), inviabiliza a participação das empresas provedoras brasileiras e pode prejudicar a implementação do 5G nos municípios do interior do país.
"Vale destacar ainda que, devido ao custo benefício, a implementação da internet no interior do país, muitas vezes, não é de interesse das grandes empresas multinacionais. Por isso, o leilão, da forma como está, poderá dificultar a exploração do 5G em milhares de municípios do interior", explica o consórcio de provedores em nota.
Reivindicação
No documento divulgado nesta quarta, o Consórcio 5G Brasil reivindica, principalmente, a mudança na forma em que está disposta a questão das frequências. "O leilão inviabiliza novos entrantes – somente grandes empresas multinacionais poderão participar. Dessa forma, o 5G Brasil pleiteia a possibilidade de participação no leilão por meio de uma licença nacional e, alternativa ou concomitantemente, a participação no leilão das bandas de 700 MHz", dizem as operadoras que integram o Consórcio.
"Não há como negar a importância social e econômica dos provedores de internet nacionais. E ainda há tempo para mudar essa realidade para que não se repitam os erros da implementação do 4G que, por erros na concessão, fez com que a tecnologia demorasse mais de sete anos para chegar ao interior em comparação com as grandes cidades", finaliza o grupo.