Divisão de gênero no acesso à Internet móvel se acentua em 2022, aponta GSMA

Foto: Divulgação/IICA

Pelo segundo ano consecutivo, um relatório da GSMA que mede a divisão de gênero no acesso à Internet móvel indicou ritmo mais lento de inclusão digital de mulheres em países de renda média e baixa.

O documento publicado pela entidade que representa a indústria móvel apontou 900 milhões de pessoas do gênero feminino sem acesso à banda larga móvel no recorte, a partir de pesquisa realizada em 12 países da América Latina, África e Ásia, incluindo o Brasil.

Os resultados significam diferença de 310 milhões de usuários de Internet móvel entre homens e mulheres. Na média, o gênero feminino estaria 19% menos propenso a contar com o serviço do que o masculino; na edição anterior do relatório o indicador apontava 18%, após ter chegado a 15% em 2020.

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"De forma alarmante, pelo segundo ano consecutivo a inclusão digital de mulheres desacelerou nos países de baixa e média renda", resumiu a GSMA. "Nossos dados mais recentes mostram que, embora mais mulheres estejam usando Internet móvel do que nunca antes, sua taxa de adoção diminuiu ainda mais do que no ano passado".

Na prática, o cenário significou apenas 60 milhões de novas usuárias de conectividade móvel nos países de baixa e média renda ao longo de 2022 (levando para 61% o percentual frente à população total feminina). Em 2021, o contingente das ingressantes na economia móvel foi superior, ou 75 milhões; uma desaceleração também percebida em meio aos homens no ano passado.

2030

No ritmo atual, a projeção da GSMA é que apenas 360 milhões das cidadãs sem a banda larga móvel estejam conectadas até o fim da década. Já para reduzir o gap diante dos homens, a entidade calcula que 800 milhões de mulheres precisariam ser contempladas até 2030, em meta que exigiria "maior esforço de uma ampla gama de stakeholders".

Nesse sentido, as principais barreiras identificadas para o acesso à Internet são vistas como pontos de ação. A acessibilidade econômica foi considerada pela GSMA o maior desafio – não apenas em relação aos planos, mas principalmente no acesso aos próprios smartphones: cerca de 440 milhões de mulheres nos países de baixa e média renda não contam com o dispositivo. Um outro obstáculo a ser superado seria o letramento digital.

O relatório da GSMA (que chegou na sexta edição) foi financiado pelo Escritório de Relações Exteriores, Commonwealth e Desenvolvimento do Reino Unido e pela Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional por meio da GSMA Mobile for Development Foundation. A íntegra do documento pode ser vista aqui.

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