China e mercado corporativo garantem crescimento da Huawei em 2020

Os resultados operacionais da Huawei em 2020 apresentados nesta quarta-feira, 31, apontaram alta no faturamento e no lucro líquido da fornecedora. A performance foi impulsionada pelo mercado corporativo e pela demanda na China, enquanto as Américas registraram queda de quase 25% na receita.

A baixa na região refletiu o boicote contra a empresa liderado pelos EUA. Em encontro com jornalistas nesta quarta-feira, executivos da Huawei para a América Latina citaram a queda do PIB local e a desvalorização do real e peso argentino como causas adicionais. No Brasil, houve alta no faturamento em moeda local, antes dos efeitos da desvalorização cambial.

De forma geral, a Huawei registrou alta de 3,8% na receita global frente 2019, atingindo US$ 136,7 bilhões (ou 891,3 bilhões de yuans). Houve recuo de 6,9% no lucro operacional (US$ 11,2 bilhões), mas o lucro líquido em 2020 avançou 3,2% (para US$ 9,9 bilhões).

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A China, contudo, foi a única região com crescimento no período – de 15,1%. O mercado natal da Huawei correspondeu a 65% do faturamento da Huawei, contra 59% em 2019. Além da queda de 24,5% nas Américas, na Europa, Oriente Médio e África (EMEA) a receita do grupo recuou 12,2%.

Segmentos

Outro destaque dos resultados foi a performance do segmento enterprise. A vertical B2B cresceu 23% em faturamento, para US$ 14,5 bilhões globais. No Brasil, a Huawei citou acordos para storage junto ao Itaú e o atendimento de clientes financeiros e industriais ao lado da Oi.

A vertical de infraestrutura para operadoras (carriers) ficou praticamente estável (alta de 0,2%), com receita total de US$ 43,8 bilhões, impulsionada por ativações 5G.

Já a área de consumo teve crescimento abaixo das expectativas (3,3%), somando US$ 70 bilhões globalmente. O negócio equivale a 54% do faturamento da Huawei, contra 34% das operadoras e 11% do segmento corporativo.

Entre os desafios enfrentados pela vertical estiveram o impedimento de participação no ecossistema móvel do Google e a limitação em negócios com fornecedores dos EUA; para o comando global da companhia, o boicote tem representado uma situação de "perde-perde" para norte-americanos e chineses. 

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