Sonda cria nova vertical para atuar no mercado de telecom

Foto: Freepik

A integradora de tecnologia chilena Sonda anunciou uma nova unidade de negócios para telecomunicações na tarde desta quarta-feira, 31. A Digital Communications, nome da vertical, foi estruturada a partir da Infovia Digital, projeto de parceria público-privada (PPP) para instalar uma rede de fibra óptica no Mato Grosso do Sul, e pretende explorar oportunidades em áreas como saúde, educação e segurança, além da agricultura.

De acordo com a empresa, a Sonda mira produtos que vão além da conectividade e dos elementos de rede tradicionais, movimento este que passa pela oferta de tecnologias como big data lake, IoT (Internet das Coisas), LTE privada e SD-Wan, entre outras. A intenção é que a nova divisão represente, no mínimo, 10% do seu faturamento global até 2026.

Se isso fosse considerado sobre os US$ 1,48 bilhão de faturamento do grupo em 2023, a quantia representaria cerca de US$ 150 milhões (ou em torno de R$ 750 milhões). Para isso, a empresa deve levar o modelo de parceria com o poder público para outros estados brasileiros e países da região, a exemplo de Chile, Paraguai, México e Colômbia.

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O vice-presidente regional de utilities da empresa, Rivaldo Ferreira, afirma que há uma capacidade reduzida de conectividade em todos os estados brasileiros. Mas, entre as áreas com baixa capilaridade, a companhia olha com atenção para os negócios nas regiões Norte e Centro-Oeste, consideradas mais desassistidas. 

Já o vice-presidente de Digital Communications da Sonda, Germano Vieira, explica que com a parceria junto ao Governo do Mato Grosso do Sul, em que a previsão é instalar 7 mil quilômetros de fibra óptica e beneficiar o total de 1,7 milhão de pessoas, a empresa conseguiu autorização para disponibilizar serviços de telecom.

Assim, está desenvolvendo serviços de voz, de dados e catálogo de IPs. Vieira explica, no entanto, que a ideia não é concorrer com as operadoras tradicionais, mas atuar em parceria, fornecendo a infraestrutura em regiões remotas que, para os grandes players, nem sempre vale a pena o investimento. "Nós não somos uma empresa que atende o mercado de B2C, mas sim de atacado", diz.

"A gente começa a identificar no mercado uma série de oportunidades. As grandes operadoras são bastante competitivas, em especial, nos grandes centros. Quando você vai para mercado de nicho, há uma carência de serviços", afirma Vieira. A estratégia é se posicionar em um meio termo entre os provedores de Internet, que poderão utilizar da nova estrutura, e os grandes operadores, acrescenta o executivo.

Projeto no Mato Grosso do Sul

Da extensão de 7 mil km de fibra óptica prevista para o Estado na assinatura do projeto, em meados de 2022, 2,7 mil km foram entregues no final de janeiro. A estimativa é ter toda a rede pronta entre setembro e outubro, o que representa uma antecipação, uma vez que o pipeline inicial era terminar em dezembro.

Até agora, seis dos 79 municípios previstos foram de fato concretizados, entre elas Campo Grande, Dourados e Sidrolândia, considerados grandes centros. Com isso, a primeira grande área deve sair do papel entre fevereiro ou março. Ainda, a companhia pretende ter 60% das 1,674 mil regiões administrativas concretizadas já em fevereiro.

De acordo com Germano Vieira, quase sempre a opção foi pela instalação de fibra aérea, mas há casos de fibra óptica enterrada. A rede backbone tem capacidade para transferir cerca de 200 Gbps, mas isso pode chegar a 1 Tbps por conta de uma parceria para acesso a equipamentos da Huawei.

"O modelo PPP é algo que pode alavancar muito os investimentos. O Governo do Estado [do Mato Grosso do Sul] trouxe um problema, que era de aumentar a conectividade em meio à baixa densidade. Por meio da PPP, o Estado ofereceu segurança jurídica e a Sonda viabilizou o investimento em infraestrutura, algo que seria inviável por um modelo tradicional de telecom", diz Rivaldo Ferreira.

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