IA generativa vai beneficiar telecom, mas uso deve focar em problemas

Inteligência Artificial
Foto: Pexels

O uso da inteligência artificial (IA) generativa deve otimizar processos e reduzir custos na indústria de telecom, mas o seu emprego deve ser pautado em resolver problemas objetivos, avaliam executivos do setor. 

Uma pesquisa da Accenture aponta que 10% das receitas das operadoras devem ser impulsionadas pela IA generativa, destacou a vice-presidente de tecnologia, evolução digital, agilidade e inovação da Algar Telecom, Zaima Milazzo. Por isso, as empresas do setor devem investir US$ 25 bilhões nos próximos dois anos em soluções de IA globalmente. Para cada US$ 1 investido, as teles teriam um retorno aproximado em três vezes.

"Acredito que a IA generativa não é um hype como foi com o metaverso. Quando a gente observa a tecnologia em si, toda a disrupção teve como drive o tratamento de dados. A gente teve primeiro o advento dos computadores e depois o dos smartphones. Agora, estamos na era do IoT, com os dispositivos gerando dados", afirmou a executiva da Algar.

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A fala de Milazzo ocorreu durante o Massive IoT Summit, evento organizado pela Everynet e Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC) em São Paulo nesta quinta-feira, 25. 

No Grupo Algar, a IA já é usada em modelos preditivos de machine learning para entender o comportamento e o churn de clientes que deixaram base, além de "clusterizar" os clientes atuais que tenham tendência a repetir esse movimento, para evitar a perda de mais consumidores.

"A IA generativa vem para ajudar a gerir a companhia. Ela produz conteúdo, auxilia os vendedores a entender o portfólio e os produtos dos clientes e codifica de forma mais rápida e eficiente na vertical de tecnologia. Ela vem para complementar um rol de ferramentas para sermos mais eficientes, aumentar a satisfação dos clientes e elevar as receitas", completa Milazzo.

Tecnologia para otimizar negócios

Na Telefónica Tech, provedora global de serviços de cloud, IoT e big data do Grupo Telefónica, o movimento é similar. "Nós conectamos as coisas para que gere dados, que por meio de machine learning, geram insights para trabalhar com o cliente na ponta", diz Diego Aguiar, diretor de operações da Telefónica Tech.

De acordo com o executivo, a companhia trabalha com dados e conectividade para otimizar os processos e elevar a produtividade dos clientes. Entretanto, eventuais evoluções de mercado devem exigir performances mais elevadas.

"Talvez a pergunta a ser feita é como pavimentar um caminho que tenha IA, hardware, software e serviço para entregar resultados? Se o desejo é ter uma rede privativa, é preciso tangibilizar essa necessidade. Para o cliente, é entender qual o retorno no curto, médio a longo prazo", afirma Aguiar. "O pior cenário que tem é uma solução buscando um problema, quando deveria ser um problema buscando uma solução."

Para Clerinsom Sant'ana, head de soluções de arquitetura da AWS, mesmo que não seja um hype, as empresas ainda estão em dúvida sobre como embarcar a IA nos negócios para ter mais competitividade. "A eficiência operacional é o que vem levando as empresas de diferentes tamanhos a adotarem a IA, além da necessidade de mostrar algo novo para o mercado", declarou.

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