TIM: sem mudanças regulatórias, não é possível operadora móvel de atacado

Foto: Pixabay

Para a TIM, há impossibilidade regulatória em um modelo puramente de atacado, como é a estratégia da Highline caso consiga levar a Oi Móvel na disputa com as teles. Por outro lado, a concorrência com  a possibilidade de um novo entrante passar a atuar no mercado de maneira totalmente virtual, como uma MVNO, não seria uma ameaça ao espaço das operadoras tradicionais.

Na visão do CEO da TIM, Pietro Labriola, o cenário é interessante pela inovação tecnológica, mas é importante entender o ambiente regulatório. "Se houver mudanças regulatórias, poderíamos também fazer avaliação em como ficaria o varejo e as frequências, mas [nas regras de] hoje, não faz sentido trabalhar com essa forma integrada", disse ele durante teleconferência de resultados financeiros nesta quinta-feira, 30. 

O vice-presidente de assuntos regulatórios e institucionais da TIM, Mario Girasole, diz que a regulação atual de MVNOs, em vigor desde 2010, não contempla esse tipo de modelo. "Uma operadora total móvel [de atacado] está fora do escopo regulatório atual, porque implica em atividade para clientes finais, então não é possível ter espectro só com atacado e sem obrigações de cobertura", afirma.

Notícias relacionadas

A Anatel está atualmente com consulta pública aberta com a proposta de novo regulamento de uso de espectro tratando justamente da possibilidade de venda no atacado. A perspectiva é de que o mercado secundário de espectro, trazido com o decreto que regulamentou a Lei nº 13.879/2019 (o novo modelo de telecom), permita esses novos modelos.

Conforme apurou TELETIME, a Highline ainda poderia ganhar tempo até que essa mudança regulatória chegasse. Ou seja: a empresa teria como ainda atuar provisoriamente no mercado, com atendimento ao cliente final, até que fosse viável operar apenas no atacado. Mesmo que a companhia não leve a Oi Móvel, ainda há a possibilidade de ela entrar no leilão de 5G para atuar com essa finalidade de atacado.

Competição

Um novo entrante totalmente no modelo MVNO, no entanto, é algo que Pietro Labriola não entende ser negativo. O executivo coloca que esse tipo de operação geralmente é bem sucedida em quando se aliam a grandes varejistas ou verticais, oferecendo um empacotamento com serviços agregados. "O modelo de negócios hoje é o bundle com serviços de telecom tradicionais e outros players. São dois mundos diferentes."

Na opinião dele, o mercado brasileiro tem particularidades em relação à gestão de espectro e da rede de acesso que tornariam difíceis para uma operadora virtual competir com as tradicionais. "Não quero dar detalhes, mas em um relatório sobre qualidade de rede, pode-se ver que o Brasil está em situação na qual um player [concorrente] precisa ter o mesmo nível de qualidade. Se você transformar em vários MVNOs, a quantidade de frequência não vai melhorar", analisa.  

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!