A área técnica da Anatel deve encerrar em julho os estudos para definição de características da faixa de 3,5 GHz no leilão 5G para redes privadas, afirmou o presidente da agência, Leonardo Euler de Morais, nesta terça-feira, 30. E isso inclui a decisão de permitir ou não o uso de parte dos 100 MHz entre 3,7 GHz e 3,8 GHz para aplicações privadas em ambiente restrito.
"Em julho, a área técnica deve findar estudos para definirmos questões como tamanho dos blocos, tamanho da banda de guarda, distância, uso indoor e outdoor etc.", afirmou Euler, durante evento online promovido pela Futurecom. Segundo ele, o 3,5 GHz deve ser a "principal porta de entrada para o 5G em função do ecossistema já desenvolvido".
Na ocasião, Euler abordava a possibilidade dos 100 MHz em 3,7-3,8 GHz abrigarem redes do Serviço Limitado Privado (SLP) desejadas por verticais da economia. "Estamos avaliando no edital e muito embora existam dificuldades para explorar serviços de interesse coletivo nessa faixa de 100 MHz, é possível usar em grande medida para aplicações de baixa potência em ambientes controlados", afirmou. Ainda assim, com certas restrições, de acordo com o dirigente.
No início do ano, 100 MHz entre 3,6 GHz e 3,7 GHz chegaram a ser incluídos na programação para o leilão de 3,5 GHz após acordo das teles com as emissoras de TV – totalizando assim 400 MHz para leilão na frequência. Mas a análise preliminar das simulações divulgadas pela Anatel em maio revelaram que a convivência do 5G com serviços satelitais fixos também presentes na banda C deve ser mais complexa que o esperado, indicando que o leilão de 400 MHz em capacidade não seria possível. Além disso, a banda de guarda para sistemas de satélite dificulta o uso da faixa de 3,7 GHz a 3,8 GHz para aplicações privadas
O tamanho de banda de guarda para evitar interferências entre serviços móveis e satelitais também deve afetar o tamanho dos blocos em 3,5 GHz. A proposta submetida à consulta pela Anatel em fevereiro previa dois blocos nacionais de 100 MHz, um nacional de 80 MHz e dois regionais de 60 MHz, sendo um restrito para prestadores de pequeno porte (PPPs) e entrantes. Pelas grandes operadoras, é requisitado que os blocos nacionais tenham o maior tamanho possível. Vale notar que uma consulta pública específica para requisitos nos 100 MHz entre 3,6-3,7 GHz foi aberta recentemente pela agência.