Cada país tem seu ritmo de adoção do 5G, diz presidente Latam da Huawei

Foto: Pixabay

A Huawei não mostra preocupação com os possíveis reflexos que as sanções e pressões, sobretudo do governo norte-americano, possam ter para seus negócios na América Latina. Até aqui, assegura a empresa, não houve impacto. 

Daniel Zhou, presidente da Huawei para a América Latina
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"Estamos indo bem apesar das pressões. Os governos de vários países, incluindo o Brasil, nos tratam bem. Não vemos reflexo na região", diz Daniel Zhou, presidente da Huawei para América Latina e Caribe. Segundo ele, a empresa lidera ou tem um bom market share nos países em que opera, e o crescimento nos últimos dois anos variou positivamente de 8% a 10%, ao ano, com previsão de um crescimento de cerca de 5% em receitas em 2023.

"Até aqui não tem nenhum problema ou evidência do que eles dizem, de que existe risco ou qualquer problema. Entendo que do ponto de vista de competição queiram dizer isso, mas estamos muito confiantes e fortes", diz Zhou. "Do nosso lado, o que a gente garante é que estamos mais preparados e se qualquer cliente tiver qualquer dúvida sobre a tecnologia, nós vamos trazer para a mesa. Mas se você diz que isso não é um problema de tecnologia, mas de política, ok, mas se é um problema de tecnologia, nós convidamos para vir a Shenzhen, no nosso Centro de Transparência, mostrar os processos por trás da tecnologia e em alguns casos até abrir o código fonte, sem problema. São 35 anos de relacionamento", diz o executivo, confiante na política de transparência implementada para mitigar as acusações sobre possíveis riscos dos equipamentos da empresa. 

Ele tampouco vê risco de que acusações concorrenciais possam provocar impactos nos negócios na região. "Não nos vemos competindo de maneira injusta. A gente não responde (a esse tipo de acusação). Desde o primeiro momento o nosso cliente é o mais importante, se eles estão felizes, isso é o mais importante", completa.

Em relação ao ritmo de crescimento, a Huawei vê Brasil e China, por exemplo, em momentos bem diferentes. Na China já são mais de 660 milhões de usuários, 2,3 milhões de base stations 5G instaladas e o 5.5 G aparece no horizonte, possivelmente para 2025. A demanda na China já está sendo plenamente atendida, diz ele, enquanto na América Latina muitos sequer começaram a implementar o 5G.

"Os países estão em ritmos diferentes. Poucos lançaram o 5G, e alguns ainda não lançaram oficialmente. O Brasil é um dos mais avançados, mas outros grandes como Argentina e Colômbia ainda não entraram no 5G", diz Daniel Zhou. Há múltiplas razões para isso, diz ele.

"Não vou dizer que está mais lenta (do que deveria) porque não nos cabe julgar ou dizer como cada país deve estar. Isso cabe a cada país e seu povo julgar. Mas há muitos parâmetros para olharmos, como o volume de dados mensais consumido pelo usuário (DOU). Por exemplo, a média na América Latina é em torno 5 GB e 10 GB por mês. Na China é 10 vezes isso. Na Coreia é cerca de 100 GB. Esse é um número que demonstra a demanda, e se existe mais demanda, precisa de mais infraestrutura, mas é uma das variáveis. Tem preço, cobertura, tem aplicações. Mas tudo começa com a infraestrutura digital", disse o executivo, em conversa com jornalistas durante o MWC Shanghai 2023, que aconteceu esta semana, na China.

Na visão da Huawei, a demanda por 5G aumenta à medida em que o ambiente começa a demandas mais capacidade da rede. "Ter a infraestrutura preparada é o mais importante. Outros setores vão começar a usar o 5G e as pessoas vão sentir a necessidade", diz ele, lembrando que na China houve uma política do governo para incentivar a transformação digital de vários segmentos econômicos. (O jornalista viajou a Shanghai a convite da Huawei)

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