A expansão da empresa de redes neutras de fibra ótica estruturada pela Vivo pode ocorrer também através de aquisições, caso oportunidades de mercado apareçam. A informação foi compartilhada pelo CEO da operadora, Christian Gebara, durante conferência sobre os resultados do terceiro trimestre nesta quarta-feira, 28.
"Ainda não vimos um alvo que combine com nossa estratégia, mas assim que tivermos o veículo [de redes neutras] operando, a InfraCo, parte do crescimento pode ser em expansão através de M&A. Vamos estar sempre checando ativos", afirmou Gebara, quando questionado sobre o tema. Vale destacar que o ativo da Vivo não deve se confundir com a homônima InfraCo, cujo controle acionário está sendo vendido pela Oi.
De acordo com o executivo, "vários investidores" já demonstraram interesse em ingressar como o sócio procurado pela Vivo no projeto, o que deixaria a empresa "otimista" sobre um acordo ainda neste ano. A previsão é que a rede neutra esteja operacional já em 2021, como foco em cidades médias fora do estado de São Paulo.
Mais com menos
Com a estratégia, a Vivo espera atingir 24 milhões de casas atendidas (HPs) com fibra ótica até 2024, sendo 5 milhões em contribuição da operação de redes neutras. A empresa terminou o terceiro trimestre com 14,6 milhões (após 1,5 milhão de adições nos três meses) e projeta encerrar 2020 com 16 milhões de HPs. A rede de FTTH da Vivo está em 244 cidades, devendo alcançar 268 ao fim do ano.
Durante a conferência, Gebara notou que o volume de HPs ao fim do ano será maior que os 14 milhões anteriormente prometidos para o período. Isso mesmo com a redução nos investimentos da companhia, que no acumulado de nove meses já aponta para queda de 17,4%.
"Isso prova nossa habilidade de fazer mais com menos", afirmou o executivo, destacando foco total no FTTH em detrimento de outras tecnologias de redes fixas, como cobre e fibra até o gabinete (FTTc). Naturalmente, o impacto da pandemia de covid-19 também teve influência na queda dos investimentos, de acordo com Gebara – assim como ocorre em concorrentes.
Gebara relata que os números de presença do FTTH não compreendem parcerias como a celebrada com a American Tower, que vai entregar 800 mil HPs para a Vivo em Minas Gerais, nem o modelo de franquias ao lado de ISPs. O presidente da operadora ainda relatou um acordo com a Phoenix Tower, mas sem entrar em maiores detalhes. A empresa de infraestrutura também atua com redes neutras de fibra.