Em comunicado ao mercado publicado na manhã desta quarta-feira, 29, ao lado de seu balanço financeiro do segundo trimestre, a Vivo (marca comercial da Telefônica no Brasil) também formalizou a intenção de criar um veículo para construção e oferta de rede de fibra ótica neutra e independente para o mercado atacado, com foco em cidades médias.
"Este veículo, que poderá contar ainda com a participação de parceiros e investidores em seu capital social, terá como objetivo a aceleração da expansão da rede para novas localidades, através de um modelo de menor investimento para a Telefônica Brasil, e que captura valor pela penetração de terceiros", afirmou a companhia, no comunicado.
A intenção é que a rede neutra esteja totalmente operacional já em 2021, sendo que 1,1 milhão de casas conectadas com fibra (homes-passed, ou HPs) serão transferidas para o novo veículo em 2020, somando-se assim com 13 milhões de HPs que a companhia já possui. Até 2024, a expectativa é que a rede neutra conte com 5 milhões de HPs, totalizando 24 milhões quando considerada também a expansão orgânica da rede da Vivo.
Em teleconferência realizada nesta quarta-feira, o CEO da Vivo, Christian Gebara, destacou a estratégia de expandir a rede de fibra ao lado do parceiro e também organicamente de forma paralela: no estado de São Paulo, por exemplo, a empresa só construirá as redes por conta própria. Dessa forma, o foco da empreitada de rede neutra seriam cerca de 200 cidades de médio porte fora do território paulista e onde a oportunidade de fibra ainda não teria sido endereçada.
Gebara ainda pontuou que a parceria com a American Tower para lançamento de FTTH e o modelo de franquias adotado pela Vivo no segmento também seguirão ativos.
Tendência
Segundo a Vivo, a criação de um veículo para redes neutras acompanharia uma estratégia global do setor de telecomunicações. A possibilidade já havia sido mencionada pela controladora da empresa (a espanhola Telefónica) em fevereiro. A companhia também nota que a eventual realização da operação está sujeita às aprovações societárias e regulatórias pertinentes.
Recentemente, a Oi revelou planos de realizar uma divisão estrutural de seus ativos que inclui a criação de uma unidade de rede neutra de fibra (a InfraCo), na qual a empresa pretende vender uma participação. Na semana passada, a TIM divulgou que também está buscando investidores para criação de um veículo do gênero. Outra empresa com estratégia para a área é a American Tower.
Quando a sociedade civil falava em separação funcional e estrutural, diziam que era uma viagem e que não fazia sentido. Agora que a grana apertou, "rede neutra" virou a palavra da moda.