Indra aposta na velocidade do impacto da chegada do 5G no Brasil

Foto: Pixabay

Às vésperas da pandemia, em fevereiro de 2020, a integradora de soluções e sistemas Indra contou ao TELETIME que aquele momento era a de diversificação de negócios das teles, em especial com a perspectiva da chegada do 5G. Dois anos e meio depois, a companhia ainda vislumbra o potencial da tecnologia, mas agora já com contexto de urgência. O posicionamento agora é o de preparar clientes para a nova realidade.

A companhia passou a atuar com a filial Minsait para a consultoria de TI e transformação digital, tratando de telecomunicações, além de outras verticais como mídia, saúde, energia/utilities e serviços financeiros. A atuação com 5G vai ganhar espaço na companhia de acordo com a demanda dos clientes. "Você vai ouvir muito mais sobre open networks, cloud e modernização das aplicações. Não é que virou a chave e tudo é mágica, mas nós aqui somos parceiros para a transformação", declara a diretora de telecomunicações e mídia da Minsait, Melina Sanchez, em entrevista a este noticiário.

"As empresas de telecom precisam estar preparadas com infraestrutura, disponibilidade e serviços", afirma ao TELETIME o CEO da Indra no Brasil, Marcelo Bernardino. Ele diz estar otimista com a chegada da quinta geração, mas concorda que não deverá acontecer de forma imediata. "Não vai ser do dia para o outro, mas você já começa a perceber – temos clientes que já estão preparando projetos que antes eram impensáveis, como para rede interna de manufatura, quando se fala na Indústria 4.0, ou para uma rede interna para empresa de agronegócio."

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Para Bernardino, as teles precisam estar preparadas para essa demanda, que vai surgir de forma rápida como aconteceu com processo de transformação digital na pandemia. "A gente tem que ter cuidado. Hoje as coisas são imediatistas", diz. "Uma jornada de transformação digital precisa de um projeto de, no mínimo, um ano. Se eu for implantar algo para agosto de 2023, preciso começar agora. E para janeiro de 2023, tem que ser daqui a três meses. Estamos preparados? E aí falo de rede, se não tiver pronta, esquece."

O executivo afirma que a companhia está há algum tempo se preparando para "surfar essa onda", com os pilares de Figital (físico + digital), data cloud, pagamentos e cibersegurança. "São conceitos macros, mas por trás, tem a rede, disponibilidade dessa rede, Internet das Coisas, inteligência artificial, dados e analytics. Essas são as nossas principais prioridades", declara. 

Melina Sanchez cita ainda o mercado de rede neutra, que leva a outras demandas. "A telco acaba ficando mais com a gestão do cliente, e de fato abre inúmeras possibilidades. As empresas precisam de CRM, que precisam ser leves porque não carregam legado", diz.

Com sede espanhola, a Indra/Minsait tem como um dos clientes a Vivo (e a controladora Telefónica). O Brasil é a maior filial fora da matriz, mas a empresa tem atuação em 140 países. No escritório brasileiro, depois da pandemia, o quadro profissional aumentou quase 20%, chegando a 9,2 mil funcionários. Isso porque os eventos extraordinários no período acabaram por impulsionar a saúde financeira global da empresa. A principal área de atuação da Indra é a Defesa, com a qual viu os contratos globais resultarem em "forte crescimento" ao longo dos últimos dois trimestres na Europa, ainda que por reflexo da guerra na Ucrânia.

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