Alcatel-Lucent investe US$ 4 milhões em laboratório de tráfego IP no Brasil

Como parte do shift plan de reestruturação da estratégia da Alcatel-Lucent (ALU), divulgado em junho do ano passado, a fornecedora anunciou nesta quinta seu novo laboratório de tráfego IP, instalado em sua sede em São Paulo. Com investimentos de US$ 4 milhões, o laboratório servirá para executar testes para expansão de capacidade e velocidade de redes das operadoras antes da implantação de novas soluções nas redes comercial. O laboratório atenderá não apenas o Brasil, mas também servirá a operadoras de toda a América Latina. "Com a migração da infraestrutura para a nuvem e o maior nível de demanda das aplicações, em especial vídeo em HD, as operadoras estão transformando suas redes para a ultra banda larga, com IP end-to-end. No Brasil e em toda a América Latina o transporte e roteamento IP são as nossas áreas (de negócios) que mais crescem", conta o diretor presidente da ALU no Brasil, Javier Rodriguez Falcon.

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Ele lembra que em toda a região há a prevalência do crescimento dos acessos à Internet utilizando as redes móveis e que com o crescimento do 4G a quantidade média de dados por usuário deve aumentar significativamente. "No Brasil os acessos 4G respondem por cerca de 1% da base de mais de 250 milhões de linhas móveis, mas respondem por 10% de todo o tráfego de dados, com um consumo (por usuário) de 3 a 4 GB", diz ele, que espera uma adoção ainda maior do 4G em 2015, após o leilão do espectro de 700 MHz agendado para acontecer em agosto. "Com esse nível de crescimento, complexidade e os níveis de serviço requeridos (pelas teles), precisamos trazer a tecnologia para bem mais perto de nossos clientes. A introdução de novos equipamentos e placas será testada no laboratório antes de ir a uma rede viva", explica.

A fornecedora está trabalhando também com novos equipamentos OTN (Optical Transport Network) que agregam às redes DWDM (Dense Wavelength Division Multiplexing) mais inteligência e flexibilidade, permitindo a criação de rotas de conexão direta, programando automaticamente os demais elementos de rede. "É um primeiro passo de automatização das redes indo para Software Defined Networks (SDN)", pontua Falcon.

A ALU também está preparando um segundo laboratório, este dedicado a roteamento IP, e que demandará novos investimentos da fabricante. "Ainda estamos fazendo o planejamento e não fechamos a conta de quanto será necessário investir, mas nossa expectativa é de que seja anunciado até o fim do ano."

400G e small cells outdoor

No caminho evolutivo das redes para a ultra banda larga, o que se vê no mercado mundial é a atualização das redes de transporte ótico de velocidades de 10 Gbps e 40 Gbps para 100 Gbps e 200 Gbps. A Alcatel-Lucent já está testando velocidades de 400 Gbps com cinco operadoras em todo o mundo: Orion, Telekom Austria, Telecom Italia e Alestra, e ainda em 2014 operadoras brasileiras devem ser adicionada à lista. "Estamos trabalhando para iniciar esse teste com operadoras brasileiras até o fim do ano", revela Falcon.

O executivo disse ainda que em breve deve anunciar os primeiros testes de small cells outdoor com uma operadora nacional. "Por enquanto, só posso afirmar com certeza que iniciaremos os testes com uma operadora. São small cells de apenas 1W (de potência), que poderão ser desoneradas", conta. Vale lembrar que a ALU já tem contrato de femtocells com a TIM e estava em testes com small cells na própria TIM e na Telefônica/Vivo, além de uma terceira operadora que ainda está sendo mantida em segredo – Claro ou Oi.

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