Controladora da Claro, a América Móvil está projetando encerrar 2023 com cerca de 11,1 milhões de casas passadas (HPs) com redes de fibra óptica no Brasil, confirmando estratégia do grupo mexicano de focar investimentos no FTTH.
Durante teleconferência sobre resultados no primeiro trimestre realizada nesta quarta-feira, 26, o comando da América Móvil atualizou a parcial de HPs no País para cerca de 9,5 milhões. O número é inclusive maior que o reportado no balanço da Claro do primeiro trimestre (8,7 milhões até março). A empresa encerrou o ano passado com 7,8 milhões de casas passadas com fibra.
Dessa forma, a meta para o final do ano significaria mais de 3 milhões de HPs construídas ao longo de 2023. Volume semelhante foi prometido pelo grupo mexicano para o Brasil para o ano anterior, em números que foram excedidos ao fim de 2022.
A estratégia da empresa passa por expandir a rede em cidades já atendidas com banda larga via cabo (HFC). Durante a teleconferência, o diretor de operações fixas da América Móvil, Oscar Von Hauske, lembrou que a tecnologia também tem suportado o aumento nas velocidades oferecidas a clientes, visto que permite ofertas de até 1 Gbps após atualizações.
Em fevereiro a Claro tinha 8,7 milhões de banda larga atendidos com cabo (queda de 2,7% em um ano) e 940 mil, com fibra óptica (alta de 44%).
Von Hauske também mencionou iniciativas de experiência e de retenção do cliente em andamento junto à base de banda larga. As adições positivas no segmento (que contribuíram para aumento de 7,3% nas receitas) foram outro ponto destacado, com as 47 mil ativações classificadas como um dos melhores resultados em três anos.
Os números não impediram queda de 1,4% na receita do segmento fixo como um todo, inclusive com impacto da desconexão de 134 mil clientes de TV por assinatura (a base de comparação é levemente diferente da reportada localmente, onde houve queda de 1,6%). O ritmo da redução, por sua vez, está desacelerando, notou a AMX. Ainda assim, o desempenho percentual no Brasil foi o menor entre as operações fixas da América Móvil.
Situação inversa ocorreu com as redes móveis, onde o crescimento de 21,5% na receita da Claro no Brasil representou o melhor resultado entre as operadoras de celular do grupo no trimestre. Os números foram impulsionados por 944 mil adições de telefonia móvel pós-paga e 200 mil pré-pagas. A empresa brasileira também teve o maior crescimento de Ebitda no trimestre, considerando os países de atuação da AMX.
De uma forma geral, a receita da América Móvil cresceu 1,7% no primeiro trimestre de 2023, para 208 bilhões de pesos mexicanos (cerca de US$ 11,4 bilhões). Já o lucro da multinacional mexicana caiu 2,1%, para 30 bilhões de pesos mexicanos, afetado sobretudo por perdas cambiais.