Sprint vê complementariedade entre WiMax e EV-DO

Onde quer que a Sprint Nextel fale sobre sua estratégia de adoção do WiMax, haverá uma fila de pessoas interessadas em saber o que está sendo feito, que produtos e tecnologias estão ou serão compradas, qual o comprometimento da empresa com a tecnologia. Afinal, a Sprint Nextel, ou melhor, a Xohm (unidade de negócios da empresa voltada para WiMax), é a maior apostadora individual da tecnologia entre os operadores. Bin Shen, vice-presidente de gestão de produtos e parcerias da Xohm, disse a este noticiário que hoje, dado o fato de que a operação ainda está no início, todos os modelos de negócios com WiMax são considerados, e os que se saírem melhor serão mantidos.
Inicialmente, a Sprint pensa em utilizar a tecnologia para dar acesso à internet a seus usuários, não necessariamente por meio dos handsets (até porque a empresa tem uma rede CDMA/EV-DO bastante desenvolvida), mas por meio de laptops, PDAs e outros dispositivos móveis e portáteis. "É uma experiência complicada construir o serviço, porque na verdade precisamos de um ecossistema completo funcionando para o WiMax", disse Shen em palestra durante o WiMax Forum, que acontece esta semana, em Chicago. "No mundo do celular, o ecossistema funciona perfeitamente: há fabricantes, conteúdo, operadores e suporte. O mesmo precisará acontecer no mundo do acesso banda larga pela rede de 2,5 GHz". A vantagem, diz ele, é que o WiMax começa com muito mais empresas envolvidas do que começou a tecnologia de Wi-Fi, por exemplo.
Aliás, a discussão entre WiMax e Wi-Fi é uma das preocupações constantes da platéia no encontro. O consenso é que o WiMax é complementado pelas redes Wi-Fi, uma vez que ainda é complicado construir uma estrutura de células WiMax, o que daria acesso pleno à rede com cobertura e velocidade.

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Modelo brasileiro

Na mesma mesa do WiMax World, junto a Bin Shen, da Xohm, estava José Luiz Frauendorf, diretor executivo da Neotec, a associação que representa os detentores das faixas de 2,5 GHz (MMDS) no Brasil e trabalha no desenvolvimento do WiMax no País. Frauendorf expôs o modelo que está sendo desenvolvido pelas operadoras brasileiras, que combinam a infra-estrutura de broadcast (com a tecnologia DVB-C) do MMDS digital à plataforma WiMax para a oferta de triple-play.
"Hoje, o que ainda precisamos ver no ecossistema do WiMax é a entrega dos equipamentos no final do ano, os testes de interoperabilidade, custos menores, que são fundamentais para países em desenvolvimento, melhoria na questão de interferência e mais ênfase dos fabricantes na produção local de equipamentos", disse Frauendorf, lembrando que as operadoras da faixa de 2,5 GHz no Brasil (MMDS) estão absolutamente comprometidas com o WiMax.
Para Bin Shen, da Xohm, o maior desafio para o desenvolvimento do WiMax hoje é a questão do espectro: "Os operadores dos diferentes países precisam garantir espaço para as aplicações WiMax o quanto antes", disse, lembrando que este não é um problema para a Sprint Nextel, que tem uma grande quantidade de espectro. No Brasil, o problema central está na faixa de 3,5 GHz e 10,5 GHz, onde o modelo proposto é de licenças em pequenas faixas, o que complica aplicações que requeiram maior capacidade. Na faixa de 2,5 GHz, os operadores disputam com a agência o direito de manter a integridade do espectro.

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