Oi avança acordo com credores take-or-pay e abre esperança para DTH

Foto: PIRO4D/ Pixabay

A Oi deu um passo importante no processo de negociação com os credores na modalidade "take-or-pay" durante a Assembleia Geral de Credores que se desenrolou ao longo desta segunda, 25, e que foi suspensa para ser retomada nesta terça, 26. Basicamente, a operadora conseguiu desses credores o apoio ao plano de recuperação, com algumas novidades que podem inclusive trazer uma nova dinâmica para o mercado de TV paga, do qual a Oi tem pouco menos de 1 milhão de clientes pagantes e que estava fadado ao desligamento total.

Fornecedores take-or-pay são aqueles que têm contratos de longo prazo com a Oi, pelos quais a operadora paga uma taxa pelo uso da infraestrutura pré-definida em contrato, independente da quantidade de clientes ou do uso efetivo da rede. Estão nessa categoria empresas de torres, das quais SBA, IHS e American Tower são as principais credoras, e empresas operadoras de satélite, sobretudo a SES e a Hispasat.

Durante a assembleia de credores, a operadora anunciou o acordo com esses fornecedores. As torreiras já estavam inclinadas a fechar, mas para as empresas de satélite, segundo apurou este noticiário, as preocupações eram maiores. Mas a nova proposta para incluir as empresas de satélites passou a incluir a seguinte condição: "em contrapartida à reestruturação dos Créditos Take or Pay com Garantia, a Oi poderá transferir aos Credores Take or Pay com Garantia os equipamentos de DTH (Direct to Home), a base de assinantes de TV via satélite e equipamentos terminais associados e demais ativos, direitos e obrigações, na forma de UPIs ou não".

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Trata-se de uma condição muito importante, porque dá aos credores de satélite a opção de assumir a base de clientes DTH no futuro. A SES é operadora do SES 6, satélite utilizado pela Oi no serviço de TV paga, que hoje tem cerca de 1 milhão de clientes e que, apesar de toda a crise com a operadora, tem se mostrado uma base bastante resiliente. Uma das possibilidades em estudo agora é se, caso a Oi venha a faltar com seus compromissos financeiros, não faria sentido a SES assimur a operação de TV, já que é ela a dona do satélite. A SES tem também proximidade com a rede de distribuição da Oi, e na Europa tem uma operação própria de TV paga, ainda que o core-business da empresa continue sendo a oferta de capacidade.

O DTH da Oi tem cerca de 1 milhão de clientes, e a empresa tentou vender o ativo para a Sky. Mas, ultimamente, estava quase que moribundo no mercado, aguardando o momento em que a operadora, conforme chegou a anunciar, encerraria as atividades de TV paga, o que faria a base de 1 milhão de clientes, pagando em média R$ 100 por mês, simplesmente desaparecesse. O novo plano de recuperação judicial, caso seja cumprido, dá uma boa alternativa para a manutenção dessa fiel base de consumidores.

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