Banco do Brasil, Pimco e chineses puxam lista de credores da Oi em assembleia

Imagens de Brasília - Fachada do Edifício Banco do Brasil na Asa Norte, Brasília. Foto: Fernando Bizerra/Agência Senado

Além de convocar para 5 de março a Assembleia Geral de Credores (AGC) que vai avaliar o novo plano de recuperação judicial da Oi, os administradores do processo também publicaram lista dos credores que terão direito a voto no procedimento.

Entre os principais nomes estão o Banco do Brasil, fundos ligados à gestora Pimco, o China Development Bank, a Caixa Econômica Federal, o Itaú e a empresa de torres SBA Communications. Quanto maior o crédito detido pelos credores, maior o peso de seu voto na AGC.

A relação completa (veja o documento aqui) cita mais de 2 mil detentores de créditos, cujos quais a Oi busca renegociação das condições nessa segunda recuperação judicial (ficam de foram a União, credores trabalhistas e pequenas empresas, por exemplo). Vale lembrar que o endividamento total da Oi é de cerca de R$ 45 bilhões, sendo a dívida financeira a maior parte deste valor e objeto central da renegociação.

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Dessa forma, entre os principais credores da tele estão bancos nacionais como o Banco do Brasil, que sozinho detém crédito de R$ 5,088 bilhões com a operadora. O banco estatal é o maior credor individual da relação. Já a Caixa é credora de R$ 2,4 bilhões e o Itaú, de pouco mais de R$ 2 bilhões.

Valores maiores que os destes dois últimos são detidos pelo China Development Bank: US$ 733 milhões em moeda norte-americana, o que valeria cerca de R$ 3,6 bilhões na cotação atual do dólar. Assim, a instituição financeira estatal chinesa também terá grande peso na AGC da Oi.

Outras instituições financeiras com créditos detidos são Banco do Nordeste (R$ 158 milhões), Banco da Amazônia (R$ 101 milhões) e Bradesco (R$ 47 milhões).

Fundos internacionais

Mas também há a figura dos fundos internacionais, incluindo titulares de créditos (bondholders) decorrentes de notes emitidas pela Oi.

No caso de fundos geridos pela firma de investimentos Pimco (subsidiária da seguradora Allianz), há 35 nomes que somam, juntos, créditos de R$ 5,3 bilhões, majoritariamente em moeda estrangeira. Além de bonds qualificados, o montante inclui créditos de emissões pregressas de debêntures da Oi ou relacionados a agências de crédito à exportação.

A Pimco não é a única com valores relevantes. A firma especializada em crédito e investimentos alternativos SC Lowy tem cerca de R$ 1,9 bilhão (originais US$ 383 milhões). Já 16 fundos listados ligados à gestora Ashmore somam outros R$ 1,3 bilhão em créditos (US$ 265 milhões).

No caso do BNY Mellon, são R$ 1,1 bilhão em valores contra a Oi; ao passo que quatro fundos geridos pela norte-americana Marathon somam cerca de R$ 566 milhões.

Torreiras e satélites

O que também chama a atenção são as dívidas da Oi com empresas de torres e operadoras de satélites, cuja reestruturação foi incluída na proposta do novo plano. Neste caso, a maior detentora de créditos é a SBA, com nada menos do que R$ 2,5 bilhões detidos contra a Oi. A torreira é uma das principais credoras em todo o processo.

A IHS também reúne valores relevantes – cerca de R$ 1,08 bilhão -, enquanto a American Tower soma R$ 430 milhões em dois CNPJs distintos.

No caso das operadoras de satélites, destaque para a SES, com R$ 628 milhões em valores convertidos (são originais US$ 126 milhões em créditos). A Hispamar (de quem a Oi já foi acionista) tem cerca de R$ 134 milhões, em moeda estrangeira e nacional.

Vale lembrar que a Oi tem como parte importante do novo plano a renegociação dos créditos que derivam de contratos na modalidade "Take or Pay", em relação onde a operadora tem obrigação de pagar os parceiros independente de receber ou não os produtos e serviços.

Fornecedores

Entre os demais fornecedores com créditos diante da Oi estão a Huawei – com mais de R$ 91 milhões divididos entre três CNPJs -, a Nokia (R$ 87 milhões) e uma empresa chamada Teravoz Telecom (R$ 68 milhões). A exposição da Ericsson é menor (R$ 19 milhões).

A lista segue com representantes de diversos segmentos, como firmas de engenharia, programadoras de TV paga, companhias elétricas e de saneamento e centenas de indivíduos, entre outros stakeholders. A relação passa desde a Globo (R$ 37 milhões) até o Procon SP (R$ 24 milhões), envolvendo valores milionários devidos à Accenture, IBM e Serasa, por exemplo.

Entre as rivais operadoras, a Claro soma créditos de R$ 24 milhões, incluindo valores herdados da antiga Nextel. Já Vivo (R$ 4 milhões) e TIM (R$ 176 mil) têm exposição bastante reduzida no processo.

O novo plano de recuperação da Oi prevê, entre outros pontos, a reestruturação de créditos detidos pelos credores (com projeção de redução da dívida financeira de até 75%); a diluição em até 80% dos atuais acionistas; um empréstimo de até US$ 650 milhões pelos credores; um eventual aumento de capital; e venda via processos competitivos das unidades de clientes de banda larga (ClientCo) e da fatia da Oi na operadora de infraestrutura V.tal.

2 COMENTÁRIOS

  1. Boa Noite …são muitos milhões para companhias milhonaras…quero saber de casos de processos de pessoas físicas de pequena montas como fica ….15 anos já esperando….e um desrespeito
    Jorge Luiz Lopes

    • JORGE LUIZ, ESSE ANO DE 2024, EM OUTUBRO COMPLETO 21 ANOS QUE ENTREI EM PROCESSO TRABALHISTA. INTERESSANTE QUE DENTRO DESSES VÁRIOS ANOS A EMPRESA PEGOU PL. PARTICIPAÇÃO DE LUCRO PARA OS FUNCIONÁRIOS. OU SEJA,…

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