Concessionárias alegam que já gastaram muito

Em busca de melhores condições na renovação dos contratos, as teles reforçam as reclamações de que já investiram pesadamente em universalização e que existe excesso de linhas ociosas no País. De acordo com o vice-presidente de estratégia corporativa da Telemar, Ivan Ribeiro de Oliveira, em apresentação no 9º Seminário Telecom, a concessionária investiu R$ 4,3 bilhões a mais do que previa o relatório de avaliação da privatização divulgado pelo BNDES, totalizando R$ 16,8 bilhões. O executivo disse ainda que 90% da expansão da operadora foi para as classes C e D e que atualmente a Telemar tem dois milhões de linhas ociosas. ?No mês de março, cerca de 10 mil terminais de uso público (TUPs) não efetuaram nem receberam uma chamada sequer?, conclui Oliveira.
Por sua vez, a assessora especial de regulamentação da Telefônica, Camila Tápias, presente ao mesmo evento, acrescentou que se os 10% melhores clientes da operadora forem ?atacados? pelos concorrentes, a empresa terá que reformular os preços para se adaptar à nova situação de mercado, o que poderia prejudicar a universalização. ?Apenas 35% dos nossos clientes gastam acima da nossa conta média, que é de R$ 37; os outros 65% são subsidiados pelos 10% melhores clientes?, conta.

Universalização não é ônus

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Em resposta às reclamações, o superintendente de universalização da Anatel, Edmundo Matarazzo, afirmou que a universalização não é um ônus para as operadoras, uma vez que as metas foram analisadas pelas empresas antes de se decidirem pela compra das licenças na privatização. Ainda segundo ele, a universalização acrescenta um valor intangível à marca da operadora que chega primeiro a uma determinada localidade. ?A posição das concessionárias é confortável, e o plano de negócios delas consiste na receita com a assinatura mensal. Elas não fariam a universalização se não tivessem uma regra?, analisa.
Com relação às linhas ociosas, Matarazzo lembra que as operadoras devem atender novas solicitações de linhas telefônicas em até uma semana, e que por isso devem ter feito um mapeamento da demanda. Assim, segundo ele, se há sobra excessiva de linhas, a culpa é do planejamento das teles.
O superintendente diz também que as reclamações das teles não conferem com as solicitações de serviços telefônicos que a Anatel recebe periodicamente em várias cidades.
Já com relação aos TUPs, Matarazzo reconheceu que as metas realmente poderiam ser um pouco menores e que justamente por isso a planta de TUPs deve ser diminuída em 25%, caindo dos atuais 1,4 milhão instalados para pouco menos de um milhão, com o aumento da distância mínima entre os terminais de 300 metros para 600 metros.

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