Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, 24, a presidente da Dynamic Spectrum Alliance (DSA), Martha Suarez, disse que a decisão do Ente Nacional de Comunicaciones (Enacom), órgão regulador da Argentina, de adotar totalmente a banda de 6 GHz (5.925- 7.125 GHz) para uso não licenciado estimulará o desenvolvimento em vários setores da economia digital do país. O Brasil também decidiu no mesmo caminho.
A entidade explica que o uso não licenciado para WiFi requer a disponibilização de grandes quantidades de espectro para expandir os serviços e atingir milhares de pequenas e médias empresas (PME), provedores de internet, cooperativas de telecomunicações e redes comunitárias.
A DSA acredita que a tecnologia é essencial para conectar todos os tipos de comunidades, bairros, escolas, hospitais e outros grupos que operam em setores críticos. "A DSA saúda a recente decisão da Enacom", disse Suarez. "Depois de um processo de estudo de quase três anos e inúmeras consultas com o público em geral e organizações do setor, em breve veremos um 'boom' na indústria nacional. Por fim, a Argentina conta agora com as ferramentas para exportar produtos e serviços de alto valor que podem se integrar plenamente à economia digital global, colocando o país na vanguarda da inovação tecnológica", prosseguiu a executiva.
Na ocasião da aprovação da medida, várias entidades da indústria, incluindo a DSA e alguns de seus membros, se comprometeram a apoiar o governo e fornecer treinamento aos técnicos e PMEs nacionais encontrados no país. Para a aliança, isso permitirá o desenvolvimento de equipamentos e serviços de valor agregado e orientados para os novos modelos de conectividade viabilizados pelo pleno uso da faixa de 6 GHz. Com a decisão, as ferramentas digitais destinadas à criação de software, treinamento de habilidades ou conteúdo de entretenimento podem ser apoiadas em conceitos mais recentes, como realidade virtual e aumentada.
A situação nas Américas
Nove países da região das Américas já permitiram o acesso a toda a banda de frequência de 6 GHz, fornecendo a 254 milhões de residências e 78% da população do continente conectividade confiável e ferramentas para uma maior evolução nas tecnologias WiFi. Um estudo recente realizado pela Telecom Advisory Services indicou que a Argentina poderia desfrutar de um impulso econômico de US$ 63 bilhões até 2031 como resultado da abertura da banda completa de 6 GHz.
"O alinhamento da Argentina com a tendência predominante na região é uma decisão sábia que dará segurança na evolução das soluções, serviços e tecnologias de conectividade", continuou Suarez. "A promoção do Wi-Fi será essencial para conectar todos os cidadãos e potencializar o desenvolvimento de tecnologias em jogos, realidade virtual e aumentada, Internet das Coisas (IoT) e Metaverso. A decisão vai gerar mais empregos e ajudar o país a atingir seu alto potencial produtivo, ao mesmo tempo em que acelera a digitalização e a evolução das indústrias e dos processos produtivos".
O acesso não licenciado para WiFi, por sua vez, acompanhará o desenvolvimento do 5G na Argentina, já que grande parte do tráfego móvel é descarregado em redes fixas de acesso sem fio, acredita a DSA.
