O que era apenas uma tendência no mercado de conectividade, agora se tornou uma realidade, e o crescimento do FWA (Fixed Wireless Access) tem chamado a atenção do mercado de banda larga em escala global. Esse termo, que se traduz livremente como "Acesso Fixo Sem Fio", refere-se a uma tecnologia de comunicação que oferece conectividade de banda larga, utilizando ondas de rádio para transmitir dados entre a estação base do sinal e o terminal do assinante, em vez de depender de cabos físicos, como fibra óptica, cabo coaxial ou par trançado.
A implementação do FWA é frequentemente escolhida em áreas onde a infraestrutura de cabo é difícil ou há um alto custo de instalação, como em regiões rurais, suburbanas ou áreas remotas. Além disso, o FWA é a principal solução de redundância indicada quando o link primário é a fibra, especialmente para aplicações críticas como segurança e transações financeiras.
Este conceito ganhou grande popularidade nos mercados dos Estados Unidos, México, América Latina e em algumas áreas da Ásia, como o Japão. Ganhou bastante expressão com a tecnologia 4G, mas é com a introdução do 5G que o FWA vem mostrando seu incrível potencial, pois não apenas permite levar a Internet a áreas remotas, como também proporciona grande velocidade e baixa latência, com desempenho comparável ou até superior a outras tecnologias como a fibra óptica e os satélites de baixa órbita. De acordo com uma pesquisa da Global Data, até 2028, o FWA deve representar 15,8% da base de assinantes de banda larga fixa nos Estados Unidos, mais do que o dobro do atual índice de 7,2%. Estima-se que a receita proveniente dessa aplicação cresça em média 24,8% ao ano nos próximos cinco anos.
Nesse contexto, o FWA representa uma significativa oportunidade de aumentar o acesso à Internet de alta performance também no Brasil, beneficiando não apenas os consumidores, mas também os setores de varejo e serviços. Negócios locais, indústrias regionais e até mesmo o agronegócio podem aproveitar essa tecnologia para implementar soluções como dispositivos de monitoramento de safras e controle de estoques.
Dadas as dimensões e possibilidades do País, são inúmeras as aplicações para o FWA. Podemos considerar que esta tecnologia ganha espaço como um facilitador para o acesso à economia digital, informação, telemedicina, IoT, entre outros, impulsionando indústrias e comércios locais. Essas aplicações são discutidas mundialmente em eventos importantes como a CES 2024, maior feira de produtos eletrônicos do mundo, em Las Vegas (EUA), e na Mobile World Congress 2024, que reúne todo o ecossistema mundial de telecomunicações em Barcelona (Espanha).
A tecnologia FWA, quando aplicada com dispositivos projetados para serem instalados em ambientes abertos, aumenta o alcance do sinal de Internet, reduzindo significativamente interferências e instabilidades na conectividade quando comparado aos dispositivos indoor. Além disso, as operadoras também se beneficiam com a redução de investimentos em infraestrutura, devido à ampla cobertura e ao alto desempenho do aparelho que entrega essa conexão.
Tratando-se de Brasil, possuímos grandes desafios de infraestrutura. No entanto, o setor de telecomunicações é extremamente robusto e capacitado, além de estar constantemente inovando para levar as melhores soluções aos usuários. Acredito que, com o processo de implantação do 5G, temos um caminho muito promissor a seguir.
* Eduardo Tolezani é Head de Produtos na Elsys. As opiniões expressas nesse artigo não necessariamente refletem o ponto de vista de TELETIME.
O grande problema do FWA é a franquia. Esta tecnologia pode dar a todos os brasileiros Internet em casa e livrar as comunidades da imposição do famoso "Gatonet". Quando FWA não tiver mais franquia vai ser a solução de conectividade no Brasil.