Após praticamente banir negócios da Huawei com companhias norte-americanas e iniciar uma série de contratempos comerciais para a empresa, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que um eventual acordo comercial com o governo chinês pode incluir a fornecedora "de alguma forma ou em alguma parte".
"A Huawei é algo muito perigoso. Veja o que eles fizeram do ponto de vista da segurança e do ponto de vista militar. [Mas] é possível que a Huawei seja incluída em algum tipo de acordo comercial. Se fizermos o acordo, eu consigo imaginar ela sendo incluída de alguma forma ou em alguma parte", afirmou Trump nesta quinta-feira, 23, durante coletiva onde anunciou até US$ 16 bilhões em auxílio para produtores agrícolas afetados pelo conflito comercial deflagrado com os chineses. Questionado sobre a chance de um acordo nos próximos dois meses, o presidente norte-americano afirmou que há uma "boa possibilidade".
Vale lembrar que, desde a prisão da CFO e herdeira da Huawei, Meng Wanzhou, e da consequente abertura de investigação contra a empresa, o governo dos Estados Unidos ainda não apresentou provas para apoiar as acusações ou supostas consequências à segurança do país.
No último dia 15, Trump assinou ordem executiva proibindo negócios de norte-americanos com companhias de TICs ligadas a "adversários estrangeiros"; no mesmo dia, o Departamento de Comércio dos EUA incluiu a Huawei e afiliadas na Lista de Entidades cujas transações com empresas norte-americanas precisam ser aprovadas pelo governo. Desde então, uma série de companhias como Google, Qualcomm e Intel restringiram negócios com a fornecedora chinesa, em trilha seguida por alguns players britânicos e japoneses. A Huawei, por sua vez, nega acusações de espionagem e afirma que a decisão dos EUA deve atrasar a implantação do 5G no país.