Anatel precisou corrigir mapa de cobertura 5G das operadoras

A cobertura 5G das operadoras Claro, TIM e Vivo tem avançado mais do que as metas estabelecidas pelo edital do 5G, mas a Anatel precisou agir com a fiscalização para corrigir informações divulgadas pelas empresas. O superintendente de fiscalização da agência, Hermano Tercius, mostrou no Relatório Anual de Gestão da Anatel divulgado nesta segunda-feira, 24, que a intenção foi dar maior transparência ao consumidor.

O superintendente diz que houve problemas de divulgação de informações nos mapas de cobertura que as prestadoras tornaram públicos, com inexistência de diferenciação entre 5G DSS e os padrões standalone (SA) e não standalone (NSA) no mapa de cobertura. "Os sites tinham mancha que era visivelmente maior do que era visto na prática. Então, teve fiscalização que ultrapassava o edital, pois era uma obrigação consumerista", destacou Tercius. 

Como exemplo, a Anatel mostrou os mapas de cobertura de Brasília, onde Claro, TIM e Vivo iniciaram o lançamento do 5G SA com a faixa de 3,5 GHz. A agência encontrou discrepância entre o que era exibido e a área efetivamente coberta. Depois da atividade fiscalizatória, as operadoras corrigiram os índices, com algumas caindo pela metade na cobertura que era mostrada. 

Adensamento em capitais

Depois que o trio de operadoras passou a ofertar o 5G nas capitais, ainda em setembro do ano passado, a Anatel passou a verificar a instalação de antenas ativas. Hermano Tercius colocou que  todas as teles cumpriram o que estava previsto em edital, mas a TIM foi a que mais proporcionou o adensamento de antenas, chegando a triplicar a quantidade de estações que a meta previa. A Vivo chegou a quase o dobro, enquanto a Claro se manteve mais próxima às metas do edital. Confira no gráfico abaixo, que destaca em azul as capitais com o triplo da meta, verde quando é o dobro e vermelho quando é o mínimo exigido. Note também que o percentual considera que 100% é o cumprimento da meta.

Segundo o superintendente da Anatel e secretário executivo do Gaispi, Vinícius Caram, metade da população brasileira já está em municípios onde há cobertura 5G, ou 86 milhões de habitantes. O superintendente reitera que, além do usuário precisar de terminal compatível, é preciso estar em região onde há uma estação radiobase com a tecnologia. Ele diz que, nas cidades onde o 5G está funcionando, em média 15% das áreas urbanas estão com a rede de quinta geração. As operadoras estão cobrindo 2% do total de municípios, ainda que em vários casos estejam ligando a tecnologia em locais onde o edital só previa em 2024.