O descarte e logística reversa dos cabos de fibra óptica utilizados no setor de telecom deve ser um dos grandes desafios na agenda ambiental (e consequentemente ESG) das operadoras de redes neutras, apontou a V.tal.
A leitura foi realizada pela vice-presidente de sustentabilidade, governança e auditoria da empresa, Maria Claudia Cunha, durante o Teletime Tec Redes & Infra – evento promovido por TELETIME nesta terça-feira, 22, em São Paulo.
De acordo com Cunha, a destinação da fibra representa uma incógnita atualmente, com um processo de reciclagem "não acessível" no Brasil. O volume de descarte do insumo também dependeria da quantidade de reparos nas redes, dificultando o planejamento de iniciativas de logística reversa, aponta a VP da V.tal.
Planos para o tema estariam em discussão, passando por conversas com fornecedores, provedores regionais e outras operadoras, apontou Cunha. Em outubro, grandes empresas da cadeia de telecom defenderam uma colaboração de esforços para a gestão de resíduos sólidos, além de também apontarem a destinação da fibra óptica como desafio.
A tecnologia, contudo, ainda leva grande vantagem na comparação com opções "legadas" de redes. Maria Claudia Cunha recordou que a fibra pode utilizar onze vezes menos energia que as redes de cobre, além de terem vida útil cinco vezes maior que a alternativa.
Elementos
O descarte de elementos de rede foi apenas um dos pontos de uma lista de "aspectos para contornar" indicados pela vice-presidente da V.tal na agenda de governança ambiental, social e corporativa (ESG) da companhia.
Outras questões essenciais seriam o consumo de energia, considerado o maior custo da operação da rede neutra, e o analfabetismo digital motivado pela falta de acesso (inclusive na rede de educação pública).
No geral, a V.tal também entende que o próprio modelo de redes neutras contribui para a agenda ESG, ao democratizar o acesso à conectividade e evitar a duplicação de redes.
A empresa (nascida da infraestrutura de fibra da Oi e controlada pelo BTG Pactual) deve encerrar o ano com 20 milhões de casas passadas (HPs) com fibra óptica para contratação por operadoras – além de 50 contratos com provedores no modelo de rede neutra FTTH, sendo metade deles conectando clientes.