A Huawei e a Softex assinaram nesta quinta-feira, 22, um memorando de entendimento (MOU) para iniciativas de startups em cloud. Com um valor total estimado em cerca de R$ 2,5 milhões, o acordo de cooperação dessa nova parceria deverá selecionar 63 empresas que deverão cobrir "preferencialmente" as cinco verticais prioritárias de governo, operadoras, educação, fintechs e e-commerce.
O VP de relações públicas da Huawei Latam e Caribe, Atilio Ruilli, explica que a Softex vai fazer o filtro para a seleção e o repasse das startups. "Precisamos melhorar as startups com o nosso ecossistema, e com a força de trabalho de cloud que o Brasil precisa", afirmou ele na cerimônia, que aconteceu durante o Huawei Cloud Latam Summit 2022, no Rio de Janeiro, e contou com a presença do CEO da fornecedora no Brasil, Sun Boacheng, e a VP de Ecossistema de nuvem e desenvolvimento de parceiros da Huawei Cloud América Latina, Estrella Miao.
Nesta etapa, que deverá acontecer ainda este ano, a Softex fará um chamamento para as startups interessadas. "Chamadas públicas nacionais são muito mais atrativas", declarou o presidente da Softex, Ruben Delgado. Ele explica que o modelo é semelhante a acordos recentes com confederações, com a ABDI e mesmo com estados, mas é o primeiro voltado a startups.
Financiamento
O MOU prevê um esquema escalonado de financiamento entre as 63 startups. As três primeiras deverão receber em torno de US$ 100 mil, com as demais diminuindo. Esse financiamento será destinado a iniciativas exclusivamente em nuvem – tanto que será feito pela Huawei Cloud, como parte do programa mundial Spark. Por isso, o financiamento, que será não apenas por fundo hedge, mas também com acesso à infraestrutura da própria fornecedora. "Como empresa de infraestrutura de telecom ou TIC em geral, a Huawei sempre depende da camada do ecossistema", declara Ruili.
Há a expectativa de que o Spark acabe sendo integrado ao programa Centelha, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). "Nosso objetivo no futuro é fazer parceria com o MCTI e colocar o Spark dentro do Centelha", declara. Iniciativa semelhante está sendo feita no México, com o Ministério das Relações Exteriores, com um financiamento em quantia semelhante ao acordo do Brasil.
Vice-presidente da Huawei Cloud Brasi, Francisco Menezes explica que a companhia quer se inserir mais na economia digital, inclusive no País. "A gente definiu o cloud como estratégia e isso está bem aplicado na América Latina, em indústrias específicas de e-commerce, governo, finanças (fintechs) e educação", declara. "A Huawei propõe se tornar cloud de excelência para essas quatro indústrias."
* O jornalista viajou ao Rio de Janeiro a convite da Huawei.