A Huawei continua mostrando fortes laços com o governo, sendo parte da estratégia doa área de cloud no Brasil. Em evento promovido nesta semana no Rio de Janeiro, a fornecedora comemorou três anos de lançamento da divisão especializada na América Latina, e anunciou a continuidade de parcerias para levar órgãos públicos para a nuvem. "Temos mais de 20 setores públicos, como ministérios da Agricultura e Educação, por meio de parceiros como a EDS, transformando em cloud nativo", declarou o CEO da Huawei Brasil, Sun Baocheng, nesta quinta, 22.
Segundo o executivo, o desempenho desses órgãos aumentou 30%, enquanto os custos foram reduzidos em até 18%. "A Huawei Cloud vai continuar a investir em IaaS [infraestrutura como serviço] no Brasil, não só trazendo mais data center, mas mais tecnologia de inovação", afirmou Baocheng.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é um dos principais clientes. A pasta lançou na quarta, 21, um edital com quatro "desafios" baseados na Inteligência Artificial. Segundo o diretor de TI do MAPA, Bruno Rebello, são soluções de IA para: análise de dados e documentos de certificação de pescadores; auxiliar fiscalização de atividades aeroagrícolas; desenvolver assistente de pesquisa inteligente do site do observatório da agropecuária; e identificação de tendências e tecnologias de mercado. A premiação seria de até R$ 3 milhões.
Segundo o VP de relações públicas da Huawei Latam e Caribe, Atilio Ruilli, a companhia hoje identifica 4,7 mil serviços na administração pública que podem ser digitalizados. De fato, afirma que o nível do governo brasileiro é de 75% em órgãos público, com nível de digitalização para ministérios federais chegando a 91%. Por isso, lembra que o Banco Mundial considera o Brasil como o 7º maior em governo eletrônico.
De acordo com Ruilli, a premissa de migrar para um ambiente totalmente em nuvem é de cada órgão, seguindo a Instrução Normativa nº 5 de 31 de agosto de 2021 do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI). Ele afirma que vários já estão nesse caminho, mas adianta: "o MAPA está nesse caminho". O Ministério da Educação e a Defensoria Pública da União também estão – no caso do DPU, a expectativa é de que em 2023 "vamos rodar todos os serviços em cloud."
Jônatas Mattes, diretor de infraestrutura de cloud e híbrido da Extreme Digital Solutions (EDS), afirma que o Ministério da Economia fez o primeiro chamamento de propostas (RFP, na sigla em inglês) multicloud. Desses, 78 contratos foram realizados, incluindo o dos ministérios de Educação e o da Agricultura. A EDS é um broker de nuvem para o governo, e comemora a a estratégia 100% cloud adotada. "Deveria ser para todos os governos federais ter uma política 'cloud first'", declara.