Acionistas querem vender participação na Hispasat

Em conseqüência de uma crise que já dura cerca de um ano, poderá haver uma reestruturação acionária da operadora de satélites Hispasat. São cada vez mais fortes as especulações neste sentido. A intenção de sair do negócio foi anunciada há dez meses por três de seus principais investidores privados espanhóis: BBVA, com 10,75%; Telefónica, com 13,23%; e Ayuna com 17,64%. O governo espanhol controla 34% da Hispasat e tem se esforçado para manter entre empresas locais o controle da operadora de satélite. Entretanto, o BBVA e a Ayuna prosseguem à procura de investidor. A SES Global, maior operadora de satélites do mundo, informou à imprensa da Espanha e França que deverá apresentar uma oferta caso os acionistas coloquem suas participações realmente à venda. O objetivo da SES é expandir sua posição no mercado espanhol, mas condiciona sua proposta a um comum acordo entre os três acionistas principais da operadora.
Para o governo espanhol, uma possível solução para manter a nacionalidade da Hispasat seria a entrada da empresa catalã Abertis, que explora a rede da Retevisión para transporte de sinais de televisão. Segundo a imprensa espanhola, a Abertis tornou-se peça-chave na reestruturação societária da Hispasat, mas tem preferido manter-se discreta até que a situação fique mais clara. Em meio às controvérsias, a Eutelsat deixou claro que, como principal acionista da Hispasat, tem direito de fazer uma oferta. O jornal francês La Tribune publicou uma entrevista com o presidente da Eutelsat, Giuliano Berretta, confirmando sua inteção de aumentar sua participação na Hispasat, onde já detém 27,6% do capital. Outra possível interessada seria a Intelsat.

Sem presidente no Brasil

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No Brasil, a Hispamar, controlada por Hispasat e Telemar, está sem presidente há cerca de 15 dias, quando o principal executivo, Luiz Francisco Perrone, deixou a empresa. Está em processo de seleção um novo executivo para o cargo. A Hispamar ficou financeiramente com depressão nos preços, o que tem sido compensado pela aceleração na utilização do satélite Amazonas, ocupado muito antes do previsto, que seria em ano e meio. Em oito meses de lançamento, houve 50% de ocupação. Além disso, pelo plano de negócios da Hispamar, o resultado positivo só seria obtido em dois ou três anos, mas o Ebitda será positivo no primeiro ano, segundo fonte da empresa.
O Amazonas tem 27 unidades de 36 MHz na banda C, quase totalmente vendidos. Tem mais 36 unidades de banda Ku, das quais ao menos 18 cobrem o Brasil. Destas, mais de dez estão vendidas. Fora do Brasil, tem três ou quatro transponders vendidos, o equivalente a 20% da capacidade. Segundo a fonte, a Hispamar agora tem que começar a pensar no crescimento da operação nas Américas, porque em até dois anos a capacidade do Amazonas estará esgotada.

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