Ligação Dantas/Sistel faz Fittel pedir investigação ao Ministério Público

Mais uma frente de batalha onde o Opportunity deverá ser parte. Agora a briga é com a Fittel, a federação dos trabalhadores em telecomunicações. Tudo por conta da atuação da Fundação 14, fundo de pensão da Brasil Telecom, que até o início deste ano era parte da fundação Sistel (fundação dos funcionários do Sistema Telebrás). Basicamente, a Fittel está questionando, junto ao Ministério Público (o pedido de investigação foi protocolado nesta quarta, 22), as razões que fizeram com que a Sistel (e hoje a Fundação 14) sistematicamente se alinhasse aos interesses de Daniel Dantas e seu Opportunity, gestores da Brasil Telecom.
O questionamento começa resgatando uma decisão da Sistel de 1999, quando seu sub-fundo TCS Prev (associado aos funcionários do que veio a ser a Brasil Telecom após a privatização) optou por incorporar ao seu portfolio, na divisão de ativos, todas as ações da Sistel no fundo de investimento CVC Opportunity Equity Partners FIA (também chamado de CVC Nacional, hoje denominado Investidores Institucionais). O CVC Nacional foi gerido por Dantas até outubro de 2003, quando o banqueiro foi destituído e o fundo passou a se chamar Investidores Institucionais. O CVC Nacional era parte de uma estrutura acionária que permitia a Dantas manter o controle da Brasil Telecom. Na mesma estrutura estavam também o Opportunity Fund e o CVC Internacional, onde estão os ativos do Citibank e do qual o Opportunity foi afastado como gestor em março deste ano.
A Fittel pede ao Ministério Público que apure se o fato de a Sistel manter ações do CVC Nacional não era, na verdade, parte de uma estratégia do próprio Opportunity para manter o controle sobre os investimentos dos demais fundos de pensão. Isso ficou claro para a Fittel, segundo seu presidente, José Zunga, no momento em que a Fundação 14, ao contrário de todos os demais fundos de pensão e do BNDES, entrou na Justiça para questionar a demissão de Dantas da gestão do CVC Nacional. Em maio, a Fundação 14 conseguiu, inclusive, uma liminar na Justiça do Rio de Janeiro reinstituindo Dantas como gestor do fundo, em uma manobra para evitar que o Opportunity fosse tirado pelo Citi e pelos demais fundos do comando da empresa Zain Participações, principal peça na cadeia de controle da Brasil Telecom.

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Em 2003, quandos todos os fundos de pensão cotistas do CVC Nacional decidiram demitir Dantas da gestão, a Sistel foi a única a se opor.
A Fittel arrolou ainda vários outros casos em que a Sistel teria atuado em favor do Opportunity na briga com os demais fundos de pensão e com a Telecom Italia. Os diretores da Sistel eram indicados pela Brasil Telecom (portanto, com o aval do Opportunity, seu gestor). A federação dos trabalhadores pede que se apure eventual prejuízo pela decisão de manter as ações do CVC Nacional em seu portfolio e solicita o bloqueio dos bens dos diretores responsáveis.

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