A edição de meio de ano do Ericsson Mobility Report projetou uma marca de 1,5 bilhão de acessos 5G em todo o mundo no final de 2023 – apesar de aspectos desafiadores como disputas geopolíticas, a desaceleração econômica e um desempenho fraco do segmento de smartphones que podem afetar mercados como a América Latina.
Os números foram divulgados pela fornecedora nesta quarta-feira, 21. Até o fim do primeiro trimestre de 2023, a Ericsson contabilizava 1,1 bilhão de assinantes 5G mundialmente, sendo 125 milhões adicionados ao longo deste ano. Ao todo, a sueca estima 240 provedores oferecendo serviços móveis de quinta geração, incluindo 35 no padrão standalone (caso das operadoras brasileiras).
Em mercados com a tecnologia mais madura, a Ericsson está inclusive enxergando "forte correlação" entre o lançamento da tecnologia e o crescimento de receitas. Tomando como base 20 países (que não incluem o Brasil), a empresa notou alta de faturamento de 7% no agregado dos dois últimos anos – ou período que coincide com o lançamento das redes de quinta geração.
O avanço estaria em curso mesmo com apenas 22% das operadoras globais do 5G diferenciando preços de pacotes na comparação com planos antecessores, baseados em 4G. Por outro lado, 58% das operadoras estão oferecendo combos do novo padrão com outros serviços de entretenimento, como streaming de vídeo, música ou cloud gaming.
Outro dado promissor seria a expectativa de que 62% dos smartphones vendidos em 2023 sejam equipados com 5G, permitindo avanço da tecnologia mesmo com o mercado de aparelhos retraindo dois dígitos. A Ericsson contabiliza 870 smartphones lançados e compatíveis com a quinta geração de rede, sendo 80 deles introduzidos ao mercado neste ano.
Como resultado dos fatores, o relatório da empresa avalia que até o final de 2023, a média de consumo de dados dos smartphones em todo o mundo alcance 20 GB por aparelho. No final de 2022 o indicador marcava 16 GB globalmente, ficando em 11 GB no caso da América Latina.
Latam
Até o final de 2022, 35% da população mundial estava coberta com serviços de quinta geração. Se retirada a China – onde o 5G está disponível para 90% da população -, o indicador cairia para 20%. Já a América Latina teria apenas 8% da população coberta até o final do ano passado, registra a Ericsson.
Vale notar que, para a região, a fornecedora reduziu projeções de adoção do 5G por conta de condições macroeconômicas e demais fatores (até o fim de 2022 a empresa contava 7 milhões de acessos 5G na América Latina). Agora, a perspectiva é de crescimento mais substancial apenas a partir de 2024, com alcance de 42% de penetração em 2028.
Tal patamar já seria visto hoje na América do Norte, onde a penetração de serviços 5G apontada pela Ericsson bateu 41% ao fim do ano passado – contra 30% no Nordeste asiático, 18% nos países do Golfo e 13% na Europa Ocidental. A empresa ainda lembra que novos atores devem se destacar na adoção global do 5G nos próximos meses, com destaque para a Índia.
Ultrapassagem
No geral, o relatório aposta em 4,6 bilhões de assinaturas de quinta geração em todo o mundo em 2028, quando o 5G tomaria lugar do 4G como tecnologia de acesso mais popular entre usuários. A ultrapassagem foi adiada em um ano, por conta de fatores como a postergação de leilões de espectro.
Mesmo assim, a perspectiva ainda é que o 4G comece a retrair neste ano, após atingir seu pico. No momento haveria 5,2 bilhões de linhas móveis no padrão LTE ativas, sendo 59 milhões adicionadas ao longo de 2023.
FWA
Já a oferta de banda larga fixa sem fio (FWA) a partir do 5G estaria na estratégia de cerca de 100 empresas, ou número em linha com recente relatório da indústria de fornecedores. Nos Estados Unidos a alternativa já somaria mais de 5 milhões de assinantes entre os dois principais players do mercado, nota a Ericsson.
