Bell Labs aposta em micro-sensores e computador quântico

O computador quântico provocará uma revolução na ciência e na vida das pessoas comparável ao surgimento do transistor, décadas atrás. Essa é a opinião de Jeong Kim, novo presidente da Bell Labs, braço de pesquisa e desenvolvimento da Lucent. Em visita ao Brasil, o executivo apontou quais as principais áreas de pesquisa atuais da Bell Labs para o desenvolvimento de tecnologias que poderão mudar o mundo no futuro, dentre elas o computador quântico e micro-sensores.
Em meados do ano passado a Bell Labs apresentou uma tecnologia chamada de ?ion trap? (armadilha de íons, em inglês), que pode servir como base para a elaboração de um computador quântico. ?Um computador quântico consegue resolver em 1 segundo um cálculo complexo que o mais rápido dos computadores atuais levaria 6 meses para dar a resposta?, exemplificou Kim. Segundo o executivo, o computador quântico é uma invenção que deve se tornar comercial daqui a no mínimo 10 anos, em um projeto que consumirá aproximadamente US$ 100 milhões.
Outra área em que a Bell Labs investe pesado é a da nanotecnologia, com o objetivo de criar micro-sensores que imitem os sentidos humanos. Um dos exemplos citados por Kim em desenvolvimento na empresa é o ?nariz eletrônico?: uma capa de lasers com furos que identificam as substâncias que compõem os odores. ?A partir de quatro substâncias primárias é possível criar quase todos os odores que sentimos. Assim, poderemos recriar cheiros, o que seria uma ferramenta a mais de personalização de aparelhos?, disse Kim. Outra invenção da Bell Labs em nanotecnologia são microfones do tamanho de fios de cabelo e com alta performance que poderiam ser instalados em quaisquer ambientes. Foi apresentada também uma ?córnea eletrônica?, uma espécie de lente do tamanho da cabeça de um alfinete, feita a partir de uma gota d´água. Segundo Kim, levará de 5 a 10 anos para esses micro-sensores se tornarem viáveis comercialmente, dependendo das necessidades do mercado.

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Curto prazo

O presidente da Bell Labs ressaltou também as prioridades para o curto prazo. Na opinião dele, há quatro tendências guiando o desenvolvimento atual de produtos: 1) a migração do core de rede para o protocolo IP, em razão do melhor custo benefício da transmissão por pacotes; 2) a entrega de qualquer serviço em qualquer aparelho; 3) a possibilidade de usar múltiplos serviços simultaneamente; 4) a personalização da experiência para o usuário. Diante disso, um dos produtos mais relevantes no momento é a arquitetura IMS (IP Multimedia Subsystem), que permite a convergência de redes e o lançamento mais rápido de diversos aplicativos pelas operadoras.

Missão

Durante sua palestra para jornalistas no Rio de Janeiro, Kim deixou claro que sua missão à frente da Bell Labs é acelerar a viabilização comercial de suas invenções. ?O impacto da Bell Labs nos negócios da Lucent não vinha sendo o esperado?, afirmou. O executivo ocupa há dez meses a presidência da Bell Labs e promove uma reestruturação interna, visando dar mais eficiência aos trabalhos de pesquisa e desenvolvimento da companhia.
Kim é o primeiro presidente da história da Bell Labs a vir de fora da Lucent. Ele era o antigo dono da Yurie Systems, uma companhia de equipamentos de comunicação com tecnologia de ponta que foi comprada pela Lucent em 1998 por US$ 1,1 bilhão. Antes de aceitar o convite para presidir a Bell Labs, Kim vinha dedicando-se à carreira acadêmica.

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