5G no campo pode demorar mais que o esperado, aponta CNA

Na avaliação do coordenador de inovação da CNA, Matheus Ferreira, a chegada do 5G no campo, especificamente na propriedade dos agricultores, ainda vai demorar um pouco. Isso porque atualmente no Brasil, 80% das propriedades rurais são desconectadas, sem qualquer tecnologia de acesso à Internet.

"Precisamos de alguma internet chegando para esses produtores. Precisamos de Internet por uma questão de segurança no campo; também para fortalecer a educação no campo, já que se pode fazer educação a distância para estimular a capacitação no campo", disse Ferreira, no Painel Telebrasil Talks, nesta terça-feira, 20.

Além da segurança e da educação, Matheus Ferreira destacou que a conectividade também facilitará a telemedicina, proporcionado mais saúde no campo e a própria implementação da tecnologia. "Precisamos de conectividade também para a telemedicina. Isso sem duvidas será um elemento que trará mais saúde para o campo. E claro, sem dúvidas, precisamos de conectividade para o uso de tecnologia. Nossas prioridades de conectividade no campo passam por esses passos", disse o representante da CNA.

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Outro dado que o representante da CNA trouxe ao debate foi o de que apesar de 53% dos produtores não terem conexão 4G na propriedade, eles possuem smartphones. "Isso mostra que o produtor tem como receber esse sinal. Basta ele [o sinal] ser ofertado. Tenho certeza de que os produtores contratarão", afirmou.

Ferreira também destacou que há também demanda dos produtores por capacitação. Segundo o representante da CNA, o curso de EAD mais acessado hoje ofertado pela entidade é o de Agro 4.0. "Acreditamos que é importante democratizar esse aceso, para que os produtores rurais usufruam de todo o potencial que a tecnologia oferece", afirmou.

Conectar as localidades

A representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Sibelle Silva, outra participante do debate, aponta que conectividade é chave para o desenvolvimento do campo. Ela disse que, hoje, já há propriedades rurais fazendo redes 5G, fazendo redes privativas 5G e com o uso intensivo de tecnologia, como o uso de sensores que captam dados para melhorar a tomada de decisão na produção.

Silva, que é Diretora de Apoio à Inovação para Agropecuária do ministério, diz que o futuro, seja do mundo e da segurança alimentar, passa cada vez mais pela integração do agronegócio com as ciências biológicas e o digital e, nesse futuro, a conectividade é algo importante.

Ela defende que as obrigações do edital do 5G devem ser ampliadas. "Agora, podemos aprofundar mais essas obrigações. Muitas das vezes, a conectividade chega em uma propriedade, mas não chega a determinadas comunidades perto da propriedade. Estamos adensando essas informações para também permitir a conectividade dessas comunidades", afirmou Sibelle Silva no evento.

Sobre startups, a representante do MAPA aponta que apesar de haver muitas em funcionamento no Brasil, elas estão em sua maioria concentradas no Sul e Sudeste. "Queremos fazer uma grande chamada de startups para atender produtores rurais em diversas regiões, como o Nordeste. Isso está como um dos escopos do programa Nordeste Digital", afirmou.

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