Debate sobre destinação do 6 GHz mostra divisão sobre o tema no Brasil

A destinação da faixa de 6 GHz foi um dos aspectos mais debatidos durante o primeiro painel 10ª edição do Latin American Spectrum Conference, que teve início nesta terça-feira, 20, na sede da Anatel, em Brasília.

Mesmo com a possibilidade de que futuramente o Brasil venha a dividir a faixa para aplicações não-licenciadas (WiFi) e para o IMT (5G e 6G), Martha Suarez, presidente da Dynamic Spectrum Alliance (DSA), apontou como excelente a abordagem ainda vigente da Anatel de destinar, no Brasil, o uso da faixa de 6 GHz para o Wi-Fi. Ela acredita que tal decisão foi importante não apenas para dinamizar a conectividade das pessoas, mas também para atrair investimentos de empresas para o País. E citou o caso da Cisco, que conta com uma fábrica no país produzido produtos para este segmento.

"Fizemos um estudo em 2021 que mostrava que o uso do 6 GHz para o Wi-Fi poderia trazer uma série de benefícios para o Brasil, não apenas de conectividade, mas também de incremento no setor industrial brasileiro", disse Suarez.

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A presidente da DSA também destacou que a Europa está elaborando um "Digital Network Act", que pretende discutir de maneira mais ampla conectividade e banda larga, usando diversas tecnologias. "Algumas autoridades da Europa estão questionando se é realmente necessário mais espectro para o 5G. E hoje, o uso de 6GHz está sendo discutida conforme caso a caso em cada país", destacou.

O outro lado

Já para Luciana Camargos, head de espectro da GSMA, o uso da faixa toda para o Wi-Fi só faz sentido se a capacidade de entrega para o usuário for superior a 10 Gbps. "Fizemos um estudo que mostra que se não for essa a entrega, a faixa pode ser subutilizada, caso seja destinada apenas para este fim", afirmou Camargos.

A Head da GSMA também propôs a divisão do uso da faixa de 6GHz, deixando as bandas mais altas, como os 700 MHz superiores, para o IMT e a de 500 MHz para o Wi-Fi. Questionada sobre o fato das operadores terem espectro que não usam, Luciana Camargos destacou que o uso de algumas faixas depende muito da quantidade populacional, do mercado a ser atingido etc.

"Nos grandes centros, as operadoras usam todas as faixas. Há, talvez em alguns lugares, o não uso de algumas faixas por conta da densidade populacional", explicou a representantes da GSMA.

Vale notar que no ano passado, o Brasil encabeçou um posicionamento durante a WRC abrindo caminho para que a faixa de 6 GHz seja dividida no Pais, entre os serviços móveis e os de Wi-Fi.

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