Nos EUA, leilão de 3G rende US$ 14 bi; como ficará o Brasil?

O leilão das faixas freqüência para serviços de banda larga wireless (AWS), o que inclui as faixas que serão usadas para os serviços de terceira geração de telefonia móvel, terminou nesta segunda-feira, 18, nos EUA com uma arrecadação de aproximadamente US$ 13,9 bilhões, segundo a Federal Communication Commission, (FCC). Das 1.122 licenças, 1.087 foram arrematadas por 104 empresas, entre as quais destaca-se a T-Mobile (Deutsche Telecom) que investiu US$ 4,2 bi nas licenças de 3G, a maior compradora do leilão. Em seguida vem a Verizon Wireless com US$ 2,8 bi.
No Brasil, é possível que o leilão das faixas destinadas à terceira geração não terá o mesmo valor de negociação, dado que lá existem mais de 200 milhões de celulares contra 94 milhões por aqui. Além disso, o mercado brasileiro é bem diferente do norte-americano que tem, por exemplo, um Arpu de cerca de US$ 49, ante o brasileiro que gira em torno de US$ 12, com forte presença de pré-pagos.

Ameaça do WiMAX

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Analistas que apostam na força e na viabilidade do WiMAX, contudo, acham que a tecnologia poderá depreciar ainda mais o valor de um eventual leilão das faixas de 3G no Brasil. De acordo com esta leitura, se o leilão de 3G acontecer apenas em 2007 ou 2008, como se comenta, as tecnologias de quarta geração já estarão maduras suficientes para conquistar os seus mercados, inclusive aqueles que ainda nem tiveram o 3G como pode ser o caso do Brasil. Dessa forma, as operadoras móveis podem até adquirir as licenças, mas esperar para colocar sistemas de quarta geração e não de terceira. No leilão das faixas de 3,5 GHz e 10,5 GHz, utilizadas para WiMAX, a Anatel dá um prazo máximo de cinco anos para utilização das faixas, e o mesmo poderá ocorrer no caso do leilão de 3G. Mas se o WiMAX evoluir, quem vai querer comprar faixas para 3G ou 4G?
Espera-se para meados de 2007 que o WiMAX Móvel (padrão IEE 802.16e) se torne uma realidade comercial. Isso daria uma vantagem competitiva a quem optasse por esta tecnologia, pelo menos no Brasil, em função dos prazos cada vez mais imprevisíveis de leilão de freqüências da Anatel.
Vale lembrar que uma importante faixa para WiMAX, a do 2,5 GHz, já está licenciada no Brasil, na mão de operadores de MMDS (leia reportagem sobre o assunto na edição de setembro da revista TELETIME).

Caminhão de dinheiro

Hoje, os proprietários dessas licenças em 2,5 GHz são as empresas de MMDS, conforme disposição da Resolução 429 da Anatel, poderão se utilizar do expediente conhecido como exploração industrial dos meios. Isso permite que essas empresas aluguem ou ?cessem de forma onerosa? blocos de freqüência não utilizados, para as prestadoras de SCM, por exemplo. ?As operadoras de MMDS sentaram em um caminhão de dinheiro?, afirma Eduardo Prado, consultor. Em tese, operadoras celulares poderiam prestar serviços de banda larga móvel pela tecnologia WiMAX Móvel, com a banda ?alugada? das empresas de MMDS, ou com banda adquirida na ocasião de um futuro leilão dessas faixas (o leilão das faixas de 3,5 GHz e 10,5 GHz está temporariamente suspenso, mas pode ser retomado).
Ou seja, se o WiMAX der certo, o futuro leilão de 3G poderá chegar tarde.

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