A Cisco espera que a Anatel defina as condições de uso do espectro de 6 GHz para o WiFi 6 permitir a utilização da conexão mais robusta justamente com o aumento da demanda por Internet durante a crise do coronavírus (covid-19). "É extremamente importante no momento da pandemia, mas também enquanto o Brasil vai na adoção do 5G. Isso vem em boa monta", afirmou o diretor de políticas públicas da Cisco do Brasil, Giuseppe Marrara, ao TELETIME durante evento online da fornecedora nesta terça-feira, 19.
Segundo Marrara, as questões técnicas de convivência com outros serviços legados, como backhauls de rádio em enlaces satelitais, seriam relativamente de fácil resolução. "A solução que recomendamos é a adoção de low power indoor [baixo consumo de energia em ambientes internos], nos quais o uso da faixa de 6 GHz não gera interferência nenhuma com backhauls ou uplinks de satélite", diz.
Para o uso externo, ele vê a adoção de técnicas de mitigação. "Nos Estados Unidos tem georreferenciamento das estações, aí você proíbe o WiFi 6 nesses locais. Mas, para indoor, não há impacto algum", afirma.
Aprovação da Anatel
No início do mês, a Anatel aprovou a revisão do Regulamento sobre Equipamentos de Radiocomunicação de Radiação Restrita para incluir a possibilidade de uso das faixas de frequência destinadas aos equipamentos WiFi 6. entre 5.925 GHz a 7.125 GHz. O WiFi 6 é o nome "comercial" do padrão 802.11ax, que traz maior robustez do que os atuais padrões de frequência não licenciada do Wi-Fi comum, de 2,4 GHz e 5 GHz.
A Anatel ainda vai especificar até agosto deste ano as condições de uso da faixa. Giuseppe Marrara diz que espera que o modelo adotado pela Anatel seja o norte-americano, com blocos de 160 MHz que permitiriam "velocidades típicas de 1 Gbps". Porém, ele ressalta: a adoção do padrão no Brasil também vai depender da melhoria da capacidade de transporte de tráfego.