A Brasil TecPar, provedora de telecom que mais fechou M&As no País nos últimos anos, encerrou 2023 com uma receita consolidada de R$ 759 milhões, patamar que representa crescimento de 73,5% sobre o ano anterior (R$ 437,3 milhões).
Apesar disso, a provedora apurou uma redução no seu lucro líquido da ordem de 39% na mesma base de comparação, passando de R$ 65,8 milhões, em 2022, para R$ 39,8 milhões no ano passado. As informações constam em balanço da companhia protocolado na última semana.
Parte desse desempenho é explicado pela alta no custo dos serviços oferecidos e das despesas. No caso dos serviços fornecidos, as despesas subiram 45,6%, para R$ 210,2 milhões nos 12 meses encerrados em dezembro passado. Já as despesas gerais e administrativas praticamente dobraram (93,2% de alta), chegando a R$ 319,2 milhões.
Além dessas, as despesas financeiras líquidas cresceram 82,2%, chegando a R$ 164 milhões no mesmo período.
Nas notas de explicações sobre as demonstrações financeiras, a empresa informou um capital circulante líquido (CCL) negativo de R$ 88,3 milhões, no caso da controladora, e de R$ 196,7 milhões, no consolidado. De acordo com a Brasil TecPar, os resultados foram afetados pelos negócios fechados ao longo de 2023.
"A Administração da Companhia entende que suas operações são suportadas pela geração de caixa operacional positiva advinda dos contratos de prestação de serviços com seus clientes ativos, incluindo as carteiras de clientes que foram adquiridas durante o ano de 2023 o qual impactou parcialmente os fluxos de caixa da Companhia em 2023 e se espera que agreguem caixa operacional para o ano completo de 2024", diz a nota.
"Ainda, a Companhia possui posição de dívidas alinhadas com os padrões esperados pela Administração, e suas projeções internas apontam para a equalização dessa situação nos próximos anos", completou.
Verticais
Boa parte dos valores de receita da TecPar são identificados como serviços de Internet (banda larga), que avançaram 42,8% em 2023, para R$ 400 milhões. Há ainda os chamados serviços de comunicação, que tiveram aumento de 184%, para R$ 159 milhões no ano passado.
No mesmo sentido, as receitas com livros digitais mais do que quadruplicaram no último ano em relação ao ano anterior, somando R$ 88,3 milhões, enquanto aquelas com locações de bens e serviços de data centers subiram 82%, a R$ 46,8 milhões.
Ainda, os negócios com TV por assinatura, que eram praticamente nulos em 2022, apuraram receita de R$ 23,6 milhões em 2023. Contudo, o lado negativo ficou por conta dos serviços de TI, que registraram queda de 36,2%, totalizando R$ 37 milhões no ano passado.
Planos para 2024
Vale lembrar que, no mês passado, o CEO Gustavo Stock revelou, em entrevista exclusiva ao TELETIME, os planos de buscar um parceiro financeiro relevante ou uma combinação de negócios. Uma terceira alternativa é fazer a abertura de capital – embora menos provável, já que um cenário para capital de risco ainda não está claro.
Desde 2015, a empresa fechou 52 aquisições, e hoje está presente em Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, além do Rio Grande do Sul. No caso de M&As, há oito negócios mapeados para 2024. No longo prazo, a ideia é estar entre as 5 maiores operadoras do país.