Ao atuar com foco em conectividade via Internet das Coisas (IoT), a Virtueyes, uma operadora móvel virtual (MVNO) sediada em Novo Hamburgo (RS), ultrapassou a marca simbólica de 1,5 mil empresas em carteira.
Na base, estão clientes de diversas indústrias, mas as principais são agronegócio, smart cities e segurança. Entre os 1,5 mil CNPJs, estão nomes como Equatorial Energia (geração e transmissão de energia), Zeus Agrotech (inteligência agroclimática), Dr. Monitora (rastreamento veicular), Connexa (serviços de TI) e Orsegups (de soluções para segurança eletrônica) entre outros.
Segundo a CEO Taize Wessner, a atuação no mercado de IoT traz um diferencial importante para o negócio. "Nós entramos com o foco em eficiência operacional, pensando quais são as aplicações de Internet das Coisas que podem acrescentar um ganho de eficiência em diferentes setores", afirma ela, em entrevista ao TELETIME.
Atualmente, a companhia trabalha com aplicações em todos os estados do Brasil e, por meio das operações das companhias atendidas, também na América Latina. Os serviços incluem a entrega de soluções e de conectividade para empresas. Recentemente a empresa celebrou contrato de MVNO Autorizada (full MVNO) com a Claro.
Assim, a empresa busca se posicionar como uma marca premium. Na prática, isso significa um cuidado maior com a disponibilidade do serviço e a entrega de valor. "Fica sobre a nossa gestão um ativo muito importante. Se o cliente tiver algum problema de conectividade, o serviço dele, como rastreamento veicular, meios de pagamento com as maquininhas ou de cidade inteligente, fica interrompido", afirma a executiva.
Há uma certa variação nos serviços. Além dos já mencionados, a Virtueyes fornece conectividade para o monitoramento de cargas sensíveis, como comidas e remédios; para pets; e até mesmo mesmo karts de corrida, com a apresentação de dados sobre a performance do piloto, mostrando um pé também no entretenimento.
Startups
Além dos produtos próprios, a entrega de funcionalidades para além da conectividade acontece também de forma inorgânica. Desde 2016, a companhia vem investindo em startups, por meio de aceleradoras ou aportes diretos, para complementar seu portfólio e agregar valor ao negócio.
O perfil é de empresas de tecnologia em early-stage, com soluções testadas no mercado, que tenham uma base de clientes e em processo crescimento em termos de escala. Na mira, não estão, necessariamente, startups que trabalhem com conectividade, mas que tenham fit com as indústrias de atuação da Virtueyes.
"A empresa precisa estar endereçada em um conjunto de soluções que estamos atuando, como agronegócio e smart cities. Tem muita startup resolvendo coisas pontuais. Procuramos empresas que resolvam uma dor que é importante neste momento", diz Wessner.
O portfólio tem 25 startups, com Raks (sistema inteligente de manejo e irrigação), Trashin (programa de gestão de resíduos) e Elo Vet (plataforma de conexão no setor pet entre veterinários, pesquisadores e empreendedores) figurando entre as investidas.
Estratégia
No caso do agronegócio, as atenções estão direcionadas ao Matopiba – a área que congrega os Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A região é a segunda maior produtora de grãos do País e conta com uma extensa área ainda a ser cultivada, sobretudo áreas degradadas.
No agro, a Virtueyes tem focado parte dos esforços na ampliação das redes privativas para empresas. Um dos projetos recentes, inclusive, foi a inserção de conectividade em uma propriedade rural no Piauí, visando a cobertura de máquinas inteligentes. Outro foco são as redes privativas, em locais com lacunas de cobertura das grandes.
Neste sentido, a estratégia em cidades inteligentes é ganhar espaço em cidades que tenham menos de 500 mil habitantes, consideradas mais carentes em termos de serviços de tecnologia e conectividade, em comparação com os grandes centros. A introdução de tecnologia resulta na redução do custo para os órgãos públicos, além de levar melhorias no monitoramento na área de segurança, segundo a CEO.
"A gente vem evangelizando e fomentando sobre a necessidade das PPPs (parcerias público-privada) olharem para soluções de conectividade. Hoje, olhamos muito para as soluções, e pouco para a conectividade", diz.