Menor lucro esperado afetou ação da TIM no início de 2023, avalia BTG

Foto: Ismar Ingber/Divulgação

Em baixa na primeira quinzena de janeiro, as ações da TIM na B3 estão sendo afetadas por expectativas de menor lucratividade no trimestre final de 2022 e ao longo deste ano. A avaliação consta em relatório do BTG Pactual – para quem a desvalorização pode ser exagerada.

"Nos primeiros dias de 2023 [até 13 de janeiro], as ações da TIM colapsaram 6,2%, em um baixo desempenho importante diante do Ibovespa (alta de 1,1%) e da Vivo, sua principal par (alta de 2,2%). Depois do sell-off, a TIM está sendo negociada perto de seu nível mais baixo nos últimos 12 meses", notou o banco, depois do pregão da última sexta-feira.

"Por trás do colapso estão as expectativas do mercado de lucros reduzidos no quarto trimestre e em 2023. Enquanto concordamos que os resultados da empresa serão fracos no período, este é um efeito temporário causado pela aquisição dos ativos móveis da Oi. Uma vez que os impactos do negócio estiverem totalmente incorporados, esperamos que os ganhos retornem a níveis normalizados em 2024", completou o BTG.

Notícias relacionadas

Neste sentido, a casa avalia o forte sell-off de papéis da companhia como algo "difícil de justificar". Nesta segunda-feira, 16, as ações da TIM valorizaram 0,86%, fechando o dia cotadas em R$ 11,73. Com isso, a deslorização de 6,2% no ano calculada até sexta-feira passou para 5,4%.

Futuro

O BTG Pactual também avaliou um cenário de forte geração de caixa para a TIM nos próximos meses, inclusive com alta de dois dígitos esperada para a receita de serviços no próximo balanço.

Pelo outro lado, os principais fatores de impacto sobre os números seriam a maior despesa financeira devido à maior alavancagem com a compra de ativos da Oi e efeitos das 7,2 mil torres que vieram junto com a aquisição – que geram despesas com aluguel e depreciação e amortização (D&A). Esta última linha deve se normalizar em 2024, com o descomissionamento de 65% dos sites adquiridos da antiga rival.

Em paralelo, o banco questionou se existem alternativas para a TIM reverter a tendência de curto prazo, mas também admitiu que deixou de fora dos cálculos algumas possibilidades que poderiam beneficiar a empresa. Entre elas, a fatia da operadora no C6; a participação de 5,5% na fintech poderia representar R$ 1,4 bilhão, ou R$ 0.57 por ação, segundo o BTG.

Outro fator seria uma eventual decisão da empresa por crescimento inorgânico no mercado de fibra óptica. Para o BTG, expandir a operação relativamente pequena de banda larga via compra de provedores regionais faria sentido para a TIM, ainda que valuations possam ser uma questão e que o foco da operadora seja a integração de ativos da Oi.

Dividendos

De qualquer maneira, o relatório aponta que o cenário de curto prazo da TIM não deve afetar o pagamento de dividendos. Entre 2018 e 2021, a empresa remunerou acionistas em média de R$ 1 bilhão ao ano, sendo que em 2022, R$ 2 bilhões estavam previstos (com R$ 1,4 bilhão já pagos).

"Baseado no guidance da companhia, esperamos outros R$ 2 bilhões a serem pagos em 2023", afirmou o BTG, mesmo com a perspectiva de lucro líquido mais baixo. "A TIM tem mais de R$ 6 bilhões em lucros retidos em balanço e alta geração de caixa, então a remuneração do acionista provavelmente não será impactada por menores ganhos no curto prazo".

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!