Controladora da Claro, a mexicana América Móvil terá os investimentos em fibra óptica como um dos focos ao longo de 2023 – quando a empresa pretende investir entre R$ 8 bilhões e R$ 8,2 bilhões.
Os valores estariam acima do aportado em 2022 pelo grupo – ou cerca de R$ 7,9 bilhões. Durante conferência com analistas nesta quarta-feira, 15, a expansão das redes de fibra óptica e medidas de digitalização para redução de custos foram listadas como prioridades.
Na ocasião, a dimensão da rede FTTH da Claro no Brasil foi destacada: no País, a operadora somou 7,8 milhões de casas passadas (HPs) com fibra em 384 cidades ao fim do ano passado, em franca evolução frente ao início do exercício.
Diretor de operações da América Móvil para o segmento fixo, Oscar Von Hauske afirmou que a filial pretende seguir com a expansão e que a matriz já vê mudanças no cenário competitivo da banda larga, inclusive após um mês de dezembro bom comercialmente.
CEO da operadora mexicana, Daniel Hajj também pintou quadro otimista sobre o mercado brasileiro, projetando número maior de novos assinantes não apenas na banda larga, mas também na TV por assinatura. Neste caso, o número de desconexões menor em 2022 do que em outros anos foi algo para o que a empresa chamou atenção.
Já sobre a possibilidade de fechar contratos com redes neutras para acelerar a expansão de fibra, Hajj apontou que a Claro estaria aberta a depender das condições, mas sublinhando que não há nada assinado apesar de conversas com players.
Balanço
Ao longo de 2022, a América Móvil somou uma receita de 844,5 bilhões de pesos mexicanos, ou cerca de US$ 45 bilhões na cotação atual, em salto de 1,7%. Já no quarto trimestre, o faturamento recuou 2,4%, para 215,9 bilhões de pesos (ou aproximadamente US$ 11,6 bilhões)
No Ebitda, tendência semelhante: alta de 1,7% no acumulado do ano (329,5 bilhões na moeda mexicana, cerca de US$ 17 bi) e queda de 4,4% no quarto final do ano (84,7 bilhões de pesos, quase US$ 4,5 bi).
Já o lucro líquido da AMX despencou nas duas bases: no ano, foram 76,1 bilhões de pesos mexicanos (ou US$ 4 bilhões), em queda de 60,4%. No último trimestre, o indicador marcou 13,7 bilhões de pesos (cerca de US$ 740 milhões), em recuo de 89,6%.
Além de variações cambiais, a desconsolidação de operações no Chile (onde a empresa formou joint venture com a Liberty) influenciaram os números.