Abrafix prevê dificuldades para compreensão das mudanças

Mesmo considerando que serão feitas muitas campanhas de esclarecimentos sobre a mudança da forma de tarifação, de pulso para minutos, o presidente da Abrafix, José Fernandes Pauletti, está pessimista. Na opinião do dirigente da associação, a implantação simultânea de dois planos (o obrigatório e o alternativo de oferecimento obrigatório) vai criar muitos problemas para o usuário. ?O assunto não é difícil, é apenas chato e cheio de minúcias que o usuário vai demorar a compreender. O ideal seria oferecer apenas um dos planos, seja qual for, pelo menos no começo da mudança, e depois que o usuário já estivesse acostumado, oferecer o segundo com as mesmas garantias de mudança de um para o outro conforme está sendo implantado. É uma pena que a Anatel não tenha aceitado nossa sugestão?, lamentou Pauletti.

Perfil do usuário

Na opinião do presidente da associação, se o perfil de uso do telefone fosse constante seria um pouco mais fácil orientar o usuário na escolha entre o plano básico (para quem faz mais ligações curtas) e o plano alternativo de oferecimento obrigatório (para quem faz ligações longas). ?Mas este perfil não é constante e ainda há dificuldade para estabelecer um critério claro para compreender o que seja uma ligação curta e uma ligação longa?, disse Pauletti. Em estudos das contas de 2 mil usuários de todo o País, 56% tiveram variação no valor de sua conta telefônica de mais de 20% de um mês para outro. Além disso, 20% dos usuários pesquisados tiveram variação acima de 50% no mesmo período. A Abrafix avalia que estas alterações se dão ao longo do dia; em função de sazonalidades (dia, mês, etc); férias; eventos especiais; problemas de saúde; e presença e idade dos filhos, entre outras.

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Como escolher

Para ajudar na escolha por parte do usuário, as operadoras preparam uma série de questões sobre o perfil de uso e ainda um simulador de valor da conta com a utilização de um ou outro plano. Este simulador deverá estar disponível nos sites das operadoras. Em todo o País, a cada mês deverão ser processados 35 bilhões de bilhetes relativos às informações de todas as chamadas realizadas entre telefones fixos no serviço local, dos quais, apenas 5 bilhões serão tarifados. De acordo com a pesquisa da Anatel baseada em 200 milhões de chamadas, também em todo o País, no horário normal, 36% das chamadas têm menos de 30 segundos de duração; 56% duram menos de um minuto; e 84% até três minutos. Neste mesmo horário 98% das chamadas não chega a 10 minutos. No horário reduzido, as chamadas de voz têm comportamentos bastante semelhantes, sendo apenas um pouco mais longas. Já as ligações de acesso à internet são muito mais longas nos dois horários: 29% das chamadas duram mais que 20 minutos no horário normal e 42% duram mais que 20 minutos no horário reduzido. Ainda no horário reduzido, 42% dura mais de duas horas.

Plano de comunicação

De acordo com o plano acordado entre as empresas e a Anatel, a partir de fevereiro as empresas deverão avisar o público usuário das diferenças entre os dois planos. De março a julho pelo menos três contas sucessivas deverão esclarecer a introdução da tarifação por minuto. Ainda em março será feita uma comunicação massiva por jornais, rádio e televisão e os call centers e os sites das operadoras estarão preparados para oferecer os esclarecimentos necessários. As empresas calculam que com todo o processo de mudança devem gastar até R$ 1 bilhão, sendo que boa parte deste valor já foi investido durante os próprios processos de modernização das redes que todas as operadoras fazem permanentemente.

Quem vai pagar apenas a assinatura

Até o final deste mês, as empresas devem anunciar à Anatel as localidades onde não será implantada a mudança. Recorde-se que nestas localidades as empresas não poderão cobrar nada além da assinatura. A Abrafix calcula que apenas 3% (cerca de 1,2 milhão) estarão enquadrados nesta categoria.

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