Ameaça de demissões faz Minicom apoiar derrubada do bloqueio ao Speedy

Faltando uma semana para que se completem dois meses da cautelar que suspende a venda do Speedy em São Paulo, o Ministério das Comunicações voltou a defender a revisão da proibição. Desta vez, o ministro Hélio Costa argumentou com a ameaça de demissões de funcionários por conta do impedimento da comercialização do serviço e afirmou que, de acordo com informações que recebeu da Anatel, "a questão está resolvida". "Falei ontem com o Sardenberg e ele me pareceu satisfeito com os resultados apresentados", declarou o ministro, fazendo referência ao cumprimento do plano antipane apresentado pela Telefônica ao presidente da agência, embaixador Ronaldo Sardenberg.
Segundo Hélio Costa, uma revisão da medida cautelar, expedida pela Anatel no dia 22 de junho pode ser feita nos próximos dias. "A proposta da Anatel é liberar em etapas para não causar um impacto forte. É liberar as vendas gradualmente", contou o ministro, sem entrar em detalhes. A vontade de permitir que as vendas sejam retomadas é justificada com uma ameaça de que a paralisação do comércio do Speedy gere demissões, de acordo com o ministro. "Começa a haver uma preocupação social, com a possibilidade de dispensa de empregados do setor."
Costa contou que o assunto já teria chegado ao Ministério do Trabalho. "Eu fui procurado pelo ministro Lupi (Carlos Lupi, ministro do Trabalho), que estava muito preocupado com a situação". Frente a esta possibilidade de redução de postos de trabalho, o ministro das Comunicações já estaria conversando com o sindicato trabalhista de São Paulo para encontrar uma solução. A expectativa de Hélio Costa é que a ameaça de demissões seja revertida no início da próxima semana.

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Em sua primeira entrevista após a entrada em vigor da medida cautelar, o presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente, alertou para a possibilidade de que os revendedores dispensassem seu pessoal caso a proibição das vendas se estendesse por longo período. "Existe a possibilidade de pessoas ficarem sem serviço", afirmou Valente em 22 de junho. A Telefônica possui contratos de revenda com mais de 130 empresas, responsáveis por aproximadamente 20 mil funcionários.De lá para cá, a Telefônica aproveitou o período sem vendas para realizar treinamento com o pessoal, atualizar os procedimentos e preparar a equipe para novos critérios de venda e instalação, segundo Mariano de Beer, vice-presidente de planejamento da Telefônica, em entrevista à revista TELETIME de agosto.
Apesar do otimismo do ministro Hélio Costa com relação à derrubada da liminar, na Anatel o assunto ainda não está plenamente resolvido. A relatora do processo sobre as panes da Telefônica, conselheira Emília Ribeiro, ainda não recebeu todos os documentos necessários para produzir o seu parecer sobre o caso. Os relatórios pendentes seriam o da superintendência de fiscalização, que espera concluí-los ainda nesta semana.

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