A Motorola acredita ter acertado a mão ao atacar o mercado de smartphones de entrada com o Moto G, um Android com preço na casa dos R$ 650 e que foi lançado há exatos seis meses, tornando-se o smartphone de maior sucesso da fabricante. Tanto que está apostando mais uma vez nesse segmento: a companhia lançou nesta terça-feira, 13, o Moto E, que traz o sistema do Google atualizado na última versão, recursos de aparelhos de ponta e preço competitivo, saindo a partir de R$ 529.
O lançamento do smartphone foi o primeiro após o anúncio da venda da Motorola para a Lenovo, mas o presidente mundial da empresa e COO (Chief Operating Officer), Rick Osterioh, garante que, enquanto a transação não for concluída, ainda estão oficialmente sob o guarda-chuva do Google. Nada impede, entretanto, que ele comemore sinergias. "Para nós, a aquisição da Lenovo é ótima. Como parte do Google, somos independentes, mas na Lenovo somos parte de um negócio muito maior, com vendas em partes do mundo que não temos oportunidade atualmente", afirma.
A ideia é passar a ter uma atuação mais forte na região Ásia-Pacífico, onde a chinesa possui maior presença; e, em contrapartida, dar à futura controladora uma porta de entrada para as Américas. Osterioh afirma que, após o lançamento do Moto G, o Brasil passou a ser o segundo maior mercado da Motorola, atrás apenas dos Estados Unidos – tanto que o executivo veio para São Paulo para a apresentação brasileira do Moto E.
Ele garante que a estratégia da empresa, incluindo as atualizações "o mais rápido possível" dos aparelhos para as últimas versões do sistema operacional do Google, continuará após a aquisição. "A Lenovo gosta de nossa abordagem com o Android", diz. Ele ressalta que a Motorola procura deixar a plataforma em sua versão original, sem as alterações típicas de outras fabricantes, para otimizar o desempenho dos aparelhos. "Acho que todas as skins são difíceis, a própria Motorola usava e era difícil, porque adiciona milhões de linhas de código ao Android e o deixam pesado", confessa. "A Samsung diz que não tem RAM suficiente para colocar o KitKat no Galaxy S3, mas ele tem 1 GB, igual ao Moto G", compara.
Moto E
Um sinal de que a estratégia da Motorola tem sido positiva é o interesse pelo novo modelo. Especificações do aparelho vazaram na imprensa nacional, pelo site Tecnoblog, e a informação foi replicada em diversos sites internacionais, como The Verge e Engadget. O Moto E vem equipado com o Android KitKat na última versão (4.4.2) e a empresa garante atualização para o próximo release. A diferença para o Moto G é que o E tem uma tela um pouco menor, de 4,3 polegadas (contra 4,5 polegadas) e com resolução e densidades também mais baixos: 960 x 540 pixels contra 1.280 x 720 e 256 ppi (pixels por polegada) contra 329 ppi.
O processador é um Snapdragon 200 da Qualcomm e ele tem RAM de 1 GB. Apesar de ter apenas 4 GB de armazenamento, possui entrada para cartão microSD de até 32 GB. Assim como o Moto G, o dispositivo conta com rádio FM, mas há um modelo também com TV Digital (padrão 1-seg) que permite gravação ao vivo e agendada. A bateria é de 1.980 mAh e, segundo a companhia, aguenta um dia inteiro sem recarga. A câmera traseira é de 5 megapixels e o aparelho é resistente à água.
O recurso dualSIM do Moto E traz uma novidade que chegará depois aos demais aparelhos da Motorola: o Intelligent Calling, que estará disponível no Brasil também. "Ele entende o padrão de uso. Se seu histórico mostra que você sempre liga com o SIM 1 para uma chamada para a sua mãe, nas próximas ele já faz automático. E no Brasil ele vai selecionar automaticamente também as operadoras", diz o vice-presidente de marketing de produtos, Steve Sinclair.
A versão dualSIM custará R$ 529, e a dualSIM com TV digital sairá por R$ 599 e incluirá duas capas adicionais (chamadas de shells). O Moto E chega às lojas no modelo desbloqueado a partir desta quarta-feira, 14, mas deverá ser vendido também em operadoras, inclusive com a possibilidade de ser subsidiado.
Aposta no LTE
A Motorola anunciou ainda o lançamento da versão LTE do Moto G, compatível com a frequência de 2,5 GHz do Brasil. O smartphone é basicamente o mesmo, acrescido de uma entrada para cartão SD, permitindo expandir o espaço de armazenamento para além dos 8 GB internos. O dispositivo chegará às lojas em junho e sairá por R$ 799.
