O mercado brasileiro de telefonia móvel pré-paga está passando por muitas mudanças com o reposicionamento das ofertas das principais operadoras, avaliou o CEO da TIM, Alberto Griselli, em teleconferência sobre o balanço da tele no primeiro trimestre realizada nesta terça-feira, 7.
Apesar do sólido crescimento de 7,4% na receita móvel da empresa no período, a performance do segmento pré-pago (apenas +0,4% na comparação com o ano anterior) chamou atenção de analistas . A TIM relacionou o movimento com sazonalidades do primeiro trimestre e migrações para a modalidade pós-paga.
Griselli ainda projetou um segundo trimestre melhor, mas também notou que o segmento passa por mudanças. "Muita coisa aconteceu nos últimos trimestres e ainda está acontecendo. As operadoras estão mudando as ofertas", descreveu. "Precisamos ver como o mercado vai ficar depois disso", completou Griselli, diante de questionamentos de analistas sobre novos aumentos no pré-pago.
A TIM ajustou recentemente sua oferta principal para o segmento: bissemanal, ela foi alterada de R$ 15 para R$ 17, recordou Griselli. Segundo ele, a Vivo fez ajuste similar alguns meses depois e a Claro estaria fazendo o mesmo, reposicionando sua oferta principal (mensal) de pré-pago de R$ 25 para R$ 30 em determinadas regiões.
A própria TIM está fazendo uma abordagem regionalizada de sua nova oferta carro chefe para o segmento pré. A ideia da empresa é entender como o aumento de preços afeta métricas como recargas (algo que a operadora afirmou estar caindo) e percepção dos usuários.
Pós-pago
No caso do pós-pago, a situação é distinta. A receita do segmento cresceu 7,4% em um ano – algo descrito por Griselli a jornalistas como 50% fruto de ajustes de preços anteriores e 50%, da estratégia de venda de mais serviços para os clientes.
Entre as estratégias estão a venda de serviços de streaming como o Amazon Prime, de pacotes maiores (inclusive como efeito da migração intra plano dentro do pós-pago) e de serviços de roaming para clientes brasileiros e estrangeiros.
"[Roaming] era algo que não tínhamos no passado, porque nosso pacote não era atrativo, então arrumamos e tivemos efeito positivo", explicou Griselli. No pós-pago e controle, estão previstos ajustes pela inflação no segundo trimestre.
Porém, o CEO da TIM afirmou ser cedo para pensar em possível upside na projeção da empresa para receita ao longo do ano (alta de 5% a 7%). Para Griselli, ainda é preciso esperar mais sinais, embora a companhia esteja em bom caminho para crescer acima da inflação.