Estruturando uma nova rede 5G em Santa Catarina e somando 20 mil clientes ativos até o mês de abril, a Unifique quer ter na telefonia móvel a mesma reputação da banda larga fixa e um serviço "acima da média", segundo o CEO da operadora, Fabiano Busnardo.
O executivo abriu parte dos planos da operadora para o segmento em conferência sobre resultados do primeiro trimestre realizada nesta quinta-feira, 16. No último sábado, a Unifique ativou rede 5G com infraestrutura própria em uma quarta cidade: Tijucas, onde foram instaladas seis torres 5G/4G.
A empresa tem planos de atender 3 milhões de pessoas com rede própria entre 2024 e 2025, endereçando restante do SC a partir das ofertas reguladas de roaming. "Estamos aprimorando o treinamento das forças de vendas e a cobertura está ficando excepcional", afirmou Busnardo.
"Posso assegurar que o serviço que a Unifique vai oferecer será muito acima da média do que está posto, e com o tempo teremos o mesmo reconhecimento e reputação da fibra no segmento móvel, sendo player muito competitivo e relevante", prometeu o empresário que comanda a Unifique.
Na conferência com analistas, o CFO da operadora, Jose Wilson Souza Junior, apresentou o aplicativo que suporta a experiência 100% digital da operadora.
Ele conta com alternativas como a compra avulsa de gigabytes e potabilidade; a empresa também acaba de negociar acordo com um parceiro de logística, para entrega de chips físicos nos casos onde a ativação remota não é possível. A Unifique ainda negocia acordos de roaming internacional.
No momento, a companhia relata foco comercial no combo com a banda larga, mas nos próximos meses deve ser aprimorada a venda da móvel por si só. 70/75% das vendas são via combo por enquanto, com benefício esperado no controle da evasão de clientes (churn). Já na primeira cidade com rede própria onde a empresa não era líder na banda larga (Garuva), a expectativa é assumir a liderança em breve.
Busnardo também comentou expectativa positiva com a utilização do 700 MHz, liberado pela Anatel para uso secundário. Segundo ele, o uso da frequência pode significar redução de custo de até 40% diante da mesma cobertura feita com 3,5 GHz – que é mais potente, mas menos abrangente. O 700 MHz também ajuda na cobertura indoor, onde o 3,5 GHz teria um pouco de dificuldades, afirma o CEO.
Banda larga
Na banda larga, a Unifique destacou avanços no combate ao churn, à inadimplência e receita média por usuário (ARPU), mas ainda se considerou aquém no ritmo da adição orgânica de clientes.
A meta da empresa é manter 3,5 mil novos assinantes ao mês, sendo que os últimos meses eles vieram na casa dos 2 mil. "Até melhorou um pouco em relação ao ano passado", afirmou Busnardo, reiterando que a telefonia móvel também pode ser indutor de maior crescimento no principal negócio
Aquisições têm impulsionado o crescimento da base, como a integração recente de 28 mil clientes da Vex. A Unifique afirma ter fôlego financeiro para seguir atuando como consolidadora, embora se considere mais "conservadora" no momento presente.
A empresa também tem ido com cautela na construção de nova infraestrutura de fibra. "A Unifique reduziu significativamente a construção de portas [para redes FTTH]. Fizemos 12,7 mil portas orgânicas no primeiro trimestre de 2023, em um redução de 88% frente às 111 mil portas do primeiro trimestre de 2023", afirmou Jose Wilson Souza Junior.
Ele também destacou que sozinha, a operação de banda larga teria margem Ebitda de 55%, sendo um bom suporte para investimentos em novos serviços como o 5G. "O mercado tem cobrança muito grande em referência à nossa margem, mas chegamos em 50,8% e ela sempre esteve na casa dos 50%", afirmou o CFO.
Rio Grande do Sul
A operadora reportou 35 mil clientes afetados no auge das enchentes que impactam o Rio Grande Sul, sendo 15 mil no momento. Estoques de equipamentos reduziram o impacto da catástrofe na operação, mas a empresa teve que adquirir caminhonetes e mesmo barcos para a resposta à crise ambiental, além de atuar em cooperação com concorrentes como Vero, Brasil TecPar, Mhnet e Adylnet.
Para a operadora catarinense, um dos impactos das enchentes em solo gaúcho pode ser a redução do número de players no estado, dada a severidade do impacto na rede de alguns provedores após as chuvas, que em alguns casos chegou a 100%.
(Matéria atualizada para correção do nome da Adylnet)