A possibilidade de a Anatel modificar a proposta original de divisão da faixa de 2,5 GHz preocupa entidades como a GSM Association e o UMTS Forum. "Se houver alguma modificação, a transmissão em FDD ficará inviável economicamente", afirma o vice-presidente sênior de políticas públicas da GSMA, Ricardo Tavares. "Se aumentarmos o espaço para TDD, vamos sair da harmonização da UIT", complementa o vice-presidente para América Latina do UMTS Forum, Mario Baumgarten.
A argumentação das duas entidades em prol da harmonização de espectro prevista pela UIT é o ganho de escala gerado por ela. Como existe interferência na fronteira entre as faixas de FDD e TDD, serão criados filtros para minimizá-la. Se no Brasil a divisão da faixa for diferente do resto do mundo, os filtros para o mercado nacional precisarão ser produzidos à parte, o que os tornaria mais caros.
Para Baumgarten, a discussão política sobre o acesso ao espectro não deveria interferir na harmonização da faixa. "2,5 GHz deve ser para quem pagar mais ou para quem trouxer mais benefícios para a sociedade brasileira", defende o executivo.
Anatel
Independentemente da pressão realizada pelos defensores do LTE, a tendência mais forte dentro da Anatel, pelo menos entre seus técnicos, é o de alterar a divisão da faixa de 2,5 GHz, de forma a aumentar um pouco a parte destinada às operadoras de MMDS e alocar um trecho para inclusão digital. "Não podemos fazer algo que seja bom apenas para o LTE. É preciso tentar conciliar todos os interesses. Existe espaço para ajustes em cima da proposta original", afirmou uma fonte da agência.
Na consulta pública sobre a destinação da faixa de 2,5 GHz, a proposta da Anatel seguia a recomendação da UIT: dois blocos de 70 MHz para FDD separados por um bloco central de 50 MHz para TDD.