Os investimentos do Brasil em tecnologia ultrapassaram US$ 50 bilhões em 2023, fazendo com que o país superasse Coreia do Sul e Itália para figurar entre as 10 potências globais do setor, segundo estudo divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES).
Segundo os dados compilados pela consultoria da International Data Corporation (IDC), o Brasil manteve a fatia de 1,6% nos investimentos em tech a nível global. Na América Latina, onde lidera o segmento, a participação subiu de 36,5% para 37,2%.
Os aportes globais em tecnologia da informação (software, hardware e serviços) subiram de US$ 3,11 trilhões, em 2022, para US$ US$ 3,2 trilhões no ano passado. Na América Latina, o volume passou de US$ 124 bilhões para US$ 134 bilhões no mesmo período.
Na divisão dos US$ 50 bilhões, a distribuição do mercado brasileiro conta com 48% para o mercado de hardware (US$ 23,9 bilhões), 30% para o mercado de software (US$ 15 bilhões) e 22% para o mercado de serviços (US$ 10,9 bilhões).
De acordo com a ABES, os dados mostram que o país caminha rumo à média global, em que a distribuição é de 43% em hardware, 31% em software e 26% em serviços.
"Nos últimos anos verificamos esse movimento da queda da participação de hardware nos investimentos totais de TI, demonstrando que a base instalada de hardware já vem atingindo sua maturidade. Por outro lado, vimos os investimentos em software e serviços crescerem e pela primeira vez desde que começamos o Estudo, em 2004, com a soma dos investimentos em software e em serviços superando os investimentos em hardware, mostrando o avanço que Brasil teve no grau de maturidade de seus investimentos em TI", diz Jorge Sukarie Neto, conselheiro da ABES e responsável pelo estudo.
Para 2024, a tendência é que haja um crescimento global da ordem de 7,4%, diz a associação. No Brasil, o índice deve chegar a 6%.
Redes privativas e IoT
A ABES também apresentou dados sobre outros nichos do mercado de tecnologia. Em crescimento nos últimos anos, as redes móveis privativas devem alcançar investimentos da ordem de US$ 220 milhões em 2024 somente nas linhas de infraestrutura wireless, serviços profissionais e serviços gerenciados.
Por outro lado, 50% das empresas estarão em estágios de planejamento ou provas de conceito para projetos de Internet das Coisas (IoT) no ano, com 34% das pequenas e médias empresas (PMEs) tendo a intenção de adotar soluções de IoT nos próximos dois anos em seus negócios. Ainda, o mercado brasileiro deve chegar a um volume de US$ 1,7 bilhão em em hardware, software, serviços e conectividade.